Turistas brasileiros participaram numa atividade que ainda é privilegiada no Douro, nomeadamente, pelos produtores de vinho do Porto.
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A pisa de uvas a pés ainda é muito praticada na Região Demarcada do Douro. Por um lado, pelo agricultor que produz o vinho para consumo caseiro. Por outro, pelas quintas que entendem que este método tradicional é o mais adequado para gerar alguns tipos de vinho, como o do Porto. Mas também já é atividade para turista ver e participar.
Foi o caso de um grupo de brasileiros que entrou no lagar da empresa Costa Boal Family Estates, em Cabeda, concelho de Alijó. Uma experiência que incluiu o festejo dos 62 anos de vida de Rosângela Ibañez, natural de Santa Catarina, no Brasil. "Nossa! Foi demais! Já me tinham falado de que era maravilhoso e hoje tive o privilégio de poder estar aqui", realçou a aniversariante, depois de ouvir os "parabéns a você".
Tanto Rosângela como os familiares e amigos que constituíam o grupo foram primeiro andar de barco no rio Douro e maravilhar-se com as paisagens vinhateiras que são Património Mundial da UNESCO desde 2001. A participação na lagarada ficou para o final da tarde. Jorge Poli achava que as pisa de uvas a pés era coisa "que já não existisse". Por isso, considerou a experiência "muito legal".
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A experiência de alguns minutos é boa para turistas, muitos pagam para participar neste tipo de atividades em tempo de vindimas. Contudo, é levada mais a sério, durante quatro horas, por trabalhadores da empresa. É o caso de João Freitas que assume que "custa um bocado", já que as lagaradas são, por norma, feitas "no fim de um dia de trabalho".
Nos lagares de pedra da empresa Costa Boal Family Estates já se pisam uvas desde 1857. O proprietário, António Boal, explica que há vinhos que ficam melhores se forem feitos à moda antiga. Dá o exemplo do "vinho do Porto e alguns vinhos de topo da empresa". Com este método tradicional, é possível "tirar mais cor e ter taninos mais presentes, o que vai permitir, no futuro, ter vinhos com maior longevidade".