Centeno esclarece: "Presidente da República não me convidou para chefiar o Governo"
Mário Centeno foi citado pelo ao Financial Times dizendo que recebeu um "convite do Presidente" para chefiar o Executivo. Agora diz que apenas foi convidado "a refletir" por António Costa.
Corpo do artigo
O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, esclareceu esta segunda-feira que não foi convidado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para chefiar o Governo, apesar da entrevista ao Financial Times que o indicava.
"É inequívoco que o Senhor Presidente da República não me convidou para chefiar o Governo", escreve Mário Centeno num comunicado divulgado pelo BdP.
Isto depois de a publicação norte-americana Financial Times ter avançado que o governador do Banco de Portugal fora convidado por Costa e Marcelo para chefiar o Governo, informação imediatamente desmentida por Marcelo Rebelo de Sousa.
"Recebi um convite do Presidente e do primeiro-ministro para refletir e considerar a possibilidade de liderar o Governo", pode ler-se na citação atribuída a Mário Centeno no Financial Times
Em resposta, Presidente da República negou que tenha convidado "quem quer que seja para chefiar o Governo", incluindo o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, ou autorizado qualquer contacto para este efeito.
Agora, Mário Centeno esclarece que apenas foi convidado "a refletir" por António Costa, depois de o primeiro-ministro já ter discutido essa possibilidade com Marcelo Rebelo de Sousa.
"Na sequência dos eventos desencadeados com a demissão do Senhor primeiro-ministro, no dia 7 de novembro, este convidou-me a refletir sobre as condições que poderiam permitir que assumisse o cargo", escreve o governador do BdP esta segunda-feira.
"O convite para essa reflexão resultou das conversas que o Senhor primeiro-ministro teve com o Senhor Presidente da República. Num exercício de cidadania, aceitei refletir", aponta.
Na quinta-feira à noite, o primeiro-ministro, António Costa, que apresentou na terça-feira a demissão, defendeu que o governador do Banco de Portugal e ex-ministro das Finanças, Mário Centeno, deveria suceder-lhe na liderança de um novo Executivo e lamentou que o Presidente da República tenha optado por marcar eleições antecipadas.