
Corredor de hospital
Direitos Reservados
Cerca de dez por cento dos médicos espanhóis a trabalhar em Portugal nos últimos anos já regressaram ao país de origem, porque a falta de profissionais de saúde tem obrigado as autoridades espanholas a aliciar médicos e enfermeiros a regressarem a casa.
Corpo do artigo
Só na Sub-Região de Saúde de Bragança, os centros de Saúde perderam nos últimos dois anos metade dos médicos espanhóis, sendo que para o seu lugar estão a ser contratados médicos dos países de Leste, dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e do Brasil.
«Em Espanha, o Serviço Nacional de Saúde tem contratado mais médicos», oferecendo melhores remunerações e um horário «mais flexível», disse a coordenadora da Sub-Região de Saúde de Bragança.
Berta Nunes adiantou que, apesar das melhores condições em Espanha, os clínicos espanhóis são mais valorizados em Portugal, onde um médico de família «tem um perfil mais largado do que em Espanha».
Apesar de melhores ofertas em Espanha, o presidente da Associação de Profissionais de Saúde Espanhóis em Portugal estima que existam ainda cerca de 1800 médicos e mil enfermeiros a trabalhar nas unidades de saúde portuguesas.
Os médicos que estão a regressar a Espanha constituem uma pequena parte, mas o fluxo tem aumentado nos últimos meses, sendo que cerca de «dez por cento dos profissionais que há dois a três anos estavam em Portugal já regressaram», disse.
Xóan Gómez alertou, no entanto, que a saída de clínicos naturais do país vizinho já está a provocar problemas no funcionamento de muitos centros de saúde e hospitais, exemplificando que em Viana do Castelo, desde o Verão passado, dez médicos regressaram a casa, deixando cada um 1800 utentes «sem médico».
Há alguns dias, no Parlamento, a ministra da Saúde disse estar consciente da saída de alguns médicos espanhóis e deu a conhecer a existência de um grupo de trabalho que está a preparar novos acordos de colaboração com médicos de outras proveniências.