O líder da CGTP considera que Passos Coelho, na rentrée política do PSD, mostrou ser um «primeiro-ministro que vive noutro planeta», ao passo que o líder da UGT diz lembra que a diminuição do défice não criará o crescimento económico.
Corpo do artigo
A CGTP e a UGT entende que o primeiro-ministro foi demasiado otimista ao perspetivar, na rentrée política do PSD, que 2013 será um ano de «inversão» na economia portuguesa.
Ouvido pela TSF, o líder da Intersindical considerou que esta é uma «visão demasiado otimista de um primeiro-ministro que vive noutro planeta que nada tem a ver com este».
«Como é evidente, este ano vamos ter uma recessão significativa da economia e nada prevê que nos próximos anos a economia vá crescer. Antes pelo contrário, vamos ter uma estagnação da economia», adiantou Arménio Carlos.
O secretário-geral da CGTP adivinha também que «não irá ser criado mais emprego, não serão criados mais mecanismos para o desenvolvimento da economia e não serão dadas respostas aos grandes problemas do país».
«Não vamos ter céu azul e sol a brilhar. Pelo contrário, vamos continuar a ter um céu carregado de nuvens bem negras para os portugueses», resumiu.
O líder da UGT explicou que o primeiro-ministro tenta convencer os portugueses de que a «diminuição do défice é uma medida milagrosa que vai provocar o crescimento económico».
«Com Espanha e Itália em crise e com a Europa praticamente sem crescimento económico, apostar exclusivamente no crescimento das exportações para o aumento por via da baixa dos salários» não é uma boa aposta, concluiu João Proença.
O secretário-geral da UGT lamentou ainda que não tenham sido anunciadas medidas concretas para o crescimento da economia e travar o desemprego.
João Proença considerou também «evidente que um corte generalizado de salários vai provocar consequências negativas em termos de crescimento económico e criação de postos de trabalho, porque vai provocar o aumento do desemprego».