Operação envolve 140 operacionais da PSP e abrange ainda vários ministérios. Costa foi ouvido por Marcelo em Belém.
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Está em curso esta terça-feira uma operação de buscas na residência oficial do primeiro-ministro, o Palacete de São Bento, e no ministério do Ambiente. À TSF, a PSP confirma que estão no terreno 140 operacionais.
Segundo avança o jornal Público, foram detidos detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, um consultor próximo do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado, o presidente da câmara municipal de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, assim como dois executivos, os administradores da sociedade Start Campus de Sines serão Afonso Salema e Rui Oliveira Neves.
Numa nota divulgada ao final da manhã, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma que em causa podem estar "factos suscetíveis de constituir crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência" e justifica as detenções por considerar que se verificam "os perigos de fuga, de continuação de atividade criminosa, de perturbação do inquérito e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas".
"Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação", refere ainda o comunicado.
Em causa estarão os negócios do lítio e de hidrogénio verde, num processo que envolve o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, e o ex-ministro João Matos Fernandes. Os três serão constituídos arguidos, escreve o mesmo jornal.
A SIC Notícias adianta que o primeiro-ministro esteve cerca de meia hora reunido com Presidente da República em Belém. António Costa tinha agenda no Porto esta manhã, mas terá pedido para ser recebido por Marcelo Rebelo de Sousa na sequência desta operação.
A assessoria de comunicação do primeiro-ministro confirmou a existência de buscas no gabinete de Vítor Escária, sem acrescentar comentários à ação da justiça. "Confirmamos que há buscas no gabinete do chefe de gabinete. Não comentamos a ação da justiça", disse à TSF fonte de São Bento.
Fonte do Ministério do Ambiente e da Ação Climática confirmou à agência Lusa a realização de buscas da PSP nas suas instalações, apesar de dizer não conhecer o motivo da investigação.
E também a Câmara Municipal de Sines, Setúbal admitiu estar a ser alvo de diligências por parte de autoridades policiais. "Estão a decorrer diligências pelas autoridades no interior do edifício da câmara e todos os funcionários encontram-se no exterior", revelou fonte da autarquia à agência Lusa.