CIP espera etapa mais positiva, centrais sindicais descontentes com pedido de ajuda
O presidente da CIP espera que o pedido de ajuda externa resulte numa etapa mais positiva para Portugal. A UGT deseja que este pedido não venha «penalizar ainda mais os trabalhadores», ao passo que a CGTP diz assim se prova que quem manda no país são os banqueiros.
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O presidente da CIP espera que o pedido de ajuda externa à Comissão Europeia marque o primeiro passo para um etapa mais positiva para o país e lembrou que a situação em que se estava antes era «insustentável».
«Com esta acalmia que gostaríamos que agora fosse vivida a partir desta declaração do pedido de ajuda possamos gerar condições para corrigir rumos e gerar riqueza para a qualidade de vida a que nos habituamos», explicou António Saraiva.
Por seu lado, o secretário-geral da UGT, que lamentou esta decisão tomada pelo Governo, espera que este pedido não venha «penalizar ainda mais os trabalhadores e agravar mais as desigualdades».
Para João Proença, será «erro que o FMI entre em Portugal», sendo que o «apoio financeiro da União Europeia traz atrás de si o FMI».
«Esperamos sobretudo que o povo português nas urnas possa pronunciar-se sobre opções políticas claras e que as opções políticas não sejam a entrada do FMI e as pressões do poder económico e financeiro», adiantou.
Já o líder da CGTP entende que o «Governo e o Presidente da República são uma espécie de chefes de gabinete do sistema financeiro».
«Não há discussão, negociação, clareza nem transparência em nome de uma necessidade de secretismo que em democracia não tem cabimento», acrescentou Carvalho da Silva.
O secretário-geral da CGTP defendeu ainda que se o FMI entrar em Portugal que entre também a Organização Internacional do Trabalho, pois os «problemas do país não podem ser resolvidos debaixo da lógica e interesses meramente do sector financeiro».