O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defendeu os valores da «estabilidade» e do «crescimento», rejeitando um cenário de eleições antecipadas, depois da audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém.
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António Saraiva escusou-se a revelar o conteúdo do encontro com o Chefe de Estado, afirmando que «cabe ao Presidente, na comunicação que fizer ao país, revelar as conclusões que retirou».
«Na minha opinião, acho prejudicial irmos para eleições porque somaremos crise à crise. Os nossos problemas resolvem-se com crescimento e com estabilidade. Algo que estaria minado e adiado ainda mais», disse, embora admitindo "outras soluções, com geometria variável, dentro do atual quadro parlamentar" que não a solução governamental anunciada sábado pelo primeiro-ministro, dependendo da «alta avaliação» de Cavaco Silva.
Para o líder da CIP, há que «gerar fatores de confiança aos agentes económicos e à população em geral». Saraiva condenou toda «esta irresponsabilidade política demonstrada e que provocou toda esta instabilidade».
Sábado, o líder do executivo e do PSD, Passos Coelho, anunciou um «entendimento sólido» com o presidente democrata, Paulo Portas, o qual se havia demitido de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros na terça-feira, um dia após outra demissão, a do ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar.
O presidente social-democrata afirmou que Portas passaria a vice-primeiro-ministro, com responsabilidades sobre as áreas económicas, as relações com a "troika" e na reforma do Estado, embora a nova ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, mantivesse a pasta, ao contrário do defendido pelo líder do CDS-PP.