"Com caráter de urgência." Liga dos Bombeiros pede reunião com Pizarro, SNS e Ordem dos Médicos

O presidente da Liga dos Bombeiros apela à união de esforços para proteger os utentes
Leonardo Negrão/Global Imagens (arquivo)
O líder da Liga dos Bombeiros Portugueses alerta, em declarações à TSF, que "todos os dias fecha sempre qualquer coisa" e que isso tem gerado "incerteza" no transporte dos doentes.
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O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, revelou esta quarta-feira que os profissionais do setor estão "preocupados" com a crise nas urgências e pede uma reunião com "caráter de urgência" ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, à direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e ao bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes.
A recusa dos médicos em fazer mais do que as 150 horas suplementares obrigatórias por ano está a provocar constrangimentos nos serviços de urgência de todo o país, que se veem obrigadas a fechar ou a trabalhar com limitações.
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Esta situação está a complicar também a vida dos bombeiros, que fazem o transporte de doentes urgentes em várias regiões do país, conta à TSF o presidente da Liga, que explica que, quando uma ambulância é chamada, os trabalhadores nunca sabem onde poderão entregar o doente, o que, alerta, gera demoras e riscos acrescidos.
"A situação hoje do transporte do doente urgente pode ser uma incerteza. Ao serem alteradas as unidades de receção dos sinistrados e doentes leva a que as ambulâncias sejam desviadas para outras unidades hospitalares com percursos de maior distância e, por outro lado, prevê-se que possa haver algumas saturações nessas urgências, levando a que o tempo de imobilização das ambulâncias seja maior", lamenta.
António Nunes pede, por isso, reuniões urgentes aos responsáveis da área da saúde, a começar pelo ministro, explicando que estes sobressaltos nas urgências vêm juntar-se a problemas mais antigos, como é o exemplo da península de Setúbal.
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"É permanente, todos os dias fecha qualquer coisa em Setúbal. Ou é o bloco de partos, ou é a obstetrícia, ou é a cirurgia geral, ou é a ortopedia, ou é não sei o quê, que agora, porventura, poderá ser muito mais agravada", adianta, esclarecendo que a "preocupação" no setor é geral.
"Temos conhecimento de que algumas áreas estão com algumas preocupações: a região de Santarém, a região da Guarda, estamos a falar também da Covilhã, também na região do Porto já se nota alguma pressão, no distrito de Vila Real e, portanto, os bombeiros estão preocupados com estas situações e queremos falar com o senhor ministro da Saúde sobre esta matéria e pedimos também, com caráter de urgência, à direção executiva do SNS e também ao bastonário da Ordem dos Médicos", destaca.
O presidente da Liga dos Bombeiros apela, por isso, à união de esforços para proteger os utentes, que quando entram numa ambulância podem muitas vezes não saber onde poderão ser atendidos, mesmo que em casos urgentes.