O médico emergencista João Coucelo, que pertence ao Movimento Cívico Médicos em Luta, explica que a entrada da minuta de seis profissionais de saúde "impossibilita e inviabiliza" a resposta "que já de si está no limite".
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A partir de 14 de outubro, a administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve pode não conseguir assegurar as escalas da Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Portimão.
A TSF sabe que seis médicos daquele serviço vão apresentar as minutas, pedindo escusa de realização das horas extraordinárias para lá do que a lei obriga e há quem já tenha este ano mais de mil horas extra.
João Coucelo, médico emergencista, que pertence ao Movimento Cívico Médicos em Luta, explica que o que se passa agora noutros locais há muito que se vive neste centro hospitalar.
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"Já se está no limite. Já existem os constrangimentos que se vê hoje e que se tornam inaceitáveis, seja na Guarda, em Santarém, em Penafiel, e, aqui, já existem", lamenta, explicando ainda, em declarações à TSF, que a entrada das minutas "inviabiliza as escalas e os serviços a que elas respondem".
"Impossibilita e inviabiliza a resposta que já de si está no limite, que já de si é à custa de um grande esforço de colaboração e boa vontade dos clínicos desta instituição", destaca.
Esta quarta-feira, por exemplo, o Hospital de Portimão não tem urgência de pediatria, o que já começa a ser hábito. O serviço de medicina intensiva abrange duas unidades: a unidade de cuidados intensivos, os cuidados intermédios e responde ainda aos casos de emergência interna do hospital.
A recusa dos médicos em fazer mais do que as 150 horas suplementares obrigatórias por ano está a provocar constrangimentos nos serviços de urgência de todo o país.