Proteção Civil fala de uma tendência de "acalmia" no terreno, mas os reacendimentos preocupam. Comandante sublinha que "tolerância zero" será a "chave do sucesso" para ultrapassar esta adversidade.
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Desde o dia 7, quinta-feira da semana passada, foram assistidas 41 pessoas em resultado dos incêndios, 26 sofreram ferimentos leves e um bombeiro foi considerado ferido grave por ter sofrido uma fratura exposta no pulso, indicou o comandante da Proteção Civil, André Fernandes, no briefing feito às 12h00 na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O comandante ressalvou que muitos dos feridos leves e assistidos não necessitaram sequer de se deslocar ao hospital e procurou passar uma mensagem de tranquilidade sobre estes números. "São tudo situações perfeitamente normais dentro daquilo que é o quadro normal de combate a incêndios florestais", enfatizou.
No ponto de situação, o comandante anunciou que Portugal continental "está sem incêndios ativos significativos", mas sublinhou que os fogos que deflagaram em Pombal e Ourém, apesar de dominados, são motivo de preocupação devido ao risco de reacendimento.
No briefing, o comandante André Fernandes assinalou também que as previsões de agravamento das condições meteorológicas vão, "infelizmente, confirmar-se" e que é preciso "não baixar a guarda".
"[É] preciso mantermos esta tendência de inversão da descida das ignições. Todos nós temos que ser responsáveis por isso", disse, apelando à adequação dos comportamentos de todos enquanto país."Tolerância zero vai ser a chave do nosso sucesso para podermos passar por esta situação adversa extrema", frisou o responsável.
Portugal continental entrou às 00:00 de hoje em situação de contingência, que deverá terminar às 23:59 de sexta-feira, mas que poderá ser prolongada caso seja necessário.
A declaração da situação de contingência foi decidida devido às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para o agravamento do risco de incêndio, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país, segundo disse, no sábado, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
Devido à situação de risco, Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e a Comissão europeia mobilizou, no domingo, dois aviões espanhóis para combater os incêndios no território português.