Comissão de Proteção de Dados dá luz verde a vigilância com drones de zonas florestais
Sistema é composto por nove câmaras portáteis acopladas a aeronaves pilotadas remotamente.
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A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) deu parecer favorável a um pedido da GNR para utilizar um sistema de videovigilância portátil em áreas florestais consideradas prioritárias, para a prevenção de incêndios.
O parecer, publicado na página da CNPD com data de 29 de julho, refere que a utilização das imagens será feita pelas forças e serviços de segurança e pela Autoridade Nacional de Proteção Civil, vigorando até 31 de outubro.
Em causa está a utilização de um sistema de videovigilância que visa garantir a "proteção florestal e a deteção de incêndios rurais nas áreas florestais dos concelhos e freguesias identificados como prioritárias, de acordo com a classificação do Instituto da Conservação das Florestas.
Segundo o parecer, o sistema é composto por nove câmaras portáteis que serão acopladas em aeronaves pilotadas remotamente (drones).
"As áreas objeto de fiscalização por via de videovigilância com apoio nestes equipamentos correspondem a zonas florestais e áreas desabitadas, em zonas de sombra dos postos de vigia e em zonas em que outras formas de vigilância não são acessíveis, de modo a garantir uma adequada cobertura das áreas de maior risco, das zonas sombra e das áreas com maior histórico de ocorrências e incêndios florestais", pode ler-se no documento.
A CNPD justifica ainda o parecer positivo a este pedido com o facto de o sistema de videovigilância incidir "apenas sobre áreas florestais desabitadas, de acesso muito difícil ou impossível por via terrestre, onde, portanto, não haverá em princípio captação de imagens de pessoas", uma vez que o objetivo não "o de detetar ou rastrear indivíduos".
Liga dos Bombeiros elogia sistema e critica atrasos
Em declarações à TSF, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, assinala que este sistema de vigilância com câmaras - que "não podem ser entendidas como a solução" -, representa uma mais-valia no combate aos incêndios, ainda que fique limitado durante a noite.
Apesar do elogio, o responsável lamenta que em Portugal se trabalhe "muito em cima da execução e com poucos prazos".
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"A obtenção de autorizações como estas devia ser feita mais atempadamente, mas por alguma razão não o foi. O que é importante é que, no mês de agosto, se possa contar com esse instrumento auxiliar da vigilância", sublinhou António Nunes. Ainda assim, "fica o sublinhado de que Portugal, na generalidade, planeia tardiamente e é muitas vezes mais reativo do que planeador".