É com algum receio que a comissão de trabalhadores da Galp recebe a notícia de que a partir de de maio a refinaria de Sines vai suspender a atividade.
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A empresa já esclareceu que a medida não terá impacto nos salários dos trabalhadores, mas Hélder Guerreiro, da comissão de trabalhadores da Galp, diz que a maior preocupação prende-se com os prestadores de serviço.
"Todas as empresas que prestam serviço na refinaria e empregam centenas ou milhares de trabalhadores, ficando sem contrato caso a refinaria e a Petrogal venha a rescindir, durante este período poderá criar-se aqui uma tensão social muito grave. Mais desemprego, que poderá desembocar em situações com impacto muito negativo nas regiões onde as refinarias estão implementadas".
A Galp vai suspender a atividade na refinaria de Sines a partir de 4 de maio e durante cerca de um mês, por impossibilidade de escoamento "dos produtos produzidos", na sequência da pandemia.
O representante da comissão de trabalhadores dá o exemplo do que aconteceu em Sines desde o início da pandemia cerca de 60% dos prestadores de serviço ficaram sem trabalho.
"Por exemplo, em Sines logo no início da pandemia e quando a produção começou a desacelerar, verificou-se que a Petrogal reduziu o contrato de manutenção da refinaria de Sines em 60% e isso levou ao despedimento de 80 trabalhadores. O nosso apelo agora é para que isso não venha a repetir-se".
Citada pela agência Lusa, a Galp justifica a decisão de suspender a atividade da refinaria de Sines, com a "evolução da conjuntura nacional e internacional decorrente da prorrogação do estado de emergência", decretado por causa da pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), que impôs "medidas extremas de contenção, quarentenas cada vez mais restritivas e a paralisação da maioria das atividades económicas".
A empresa recorda que este "ajustamento planeado" também já levou à suspensão da atividade na refinaria de Matosinhos, distrito do Porto.
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