Comissão de trabalhadores da TAP aplaude saída da administração e espera mudanças com Luís Rodrigues
Depois de "argolada atrás de argolada" da anterior administração, a representante dos trabalhadores da TAP espera que Luís Rodrigues assuma "as rédeas" da companhia aérea.
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A comissão de trabalhadores da TAP reconhece que as saídas da CEO Christine Ourmières-Widener e do presidente não-executivo Manuel Beja eram inevitáveis depois do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre a saída de Alexandra Reis da companhia.
"Estranharíamos, sim, se não acontecesse", diz em declarações à TSF, Cristina Carrilho, coordenadora da comissão de trabalhadores da TAP.
"Esta administração demissionária tem criado uma instabilidade social muito grande na empresa devido às opções que têm tomado e esta questão da indemnização à administradora Alexandra Reis também contribuiu um bocadinho para este descontentamento dos trabalhadores", aponta.
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Cristina Carrilho mostra-se surpreendida com a escolha do antigo líder da SATA - "Não estávamos à espera que o Governo já tivesse alguém para ocupar o cargo", reconhece - mas espera que possa mudar o rumo da companhia.
"Luís Rodrigues já trabalhou na TAP em funções de administração, conhece a empresa, conhece a cultura e o social da empresa. Se vai ser um bom administrador ou não é uma questão que vamos ver. Esperamos que alguns assuntos a que que têm afetado bastante os trabalhadores sejam sanados de alguma forma, para por fim, alcançar a paz social."
"Tudo isto tem sido argolada atrás de argolada. Esperemos que agora o novo CEO efetivamente tome aqui as rédeas de algumas coisas", reforça.
Sobre a notícia avançada por Fernando Medina sobre a privatização parcial da TAP, Cristina Carrilho mostra-se contra, e lembra os casos de outras privatizações que não correram bem.
"Historicamente, se olharmos para a história da TAP, já houve diversas tentativas de privatização e, como sabemos, uma delas correu bem, sempre com prejuízos bastante graves para a empresa. Depois, se olharmos para a história das privatizações feitas no país, também vemos que a maior parte das empresas, se não todas, que foram privatizadas, hoje em dia não estão representadas na malha industrial de Portugal, desapareceram do mercado. Ora, tudo isto não nos augura coisas boas para a TAP em caso de privatização", alerta.