Compensar médicos deslocados com "um ou dois dias a mais de férias" não chega
A Ordem dos Médicos não considera suficiente a compensação encontrada pelo Executivo e sugere outras formas de gratificar os profissionais de saúde pela mobilidade a que são sujeitos.
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Um ou dois dias de férias a mais não chega para compensar os clínicos obrigados a estar longe da área de residência para trabalhar. É a convicção do Bastonário da Ordem dos Médicos. Miguel Guimarães reage assim à notícia da TSF sobre os onze hospitais nacionais, centros hospitalares ou unidades locais de saúde com carências de médicos em dez ou mais especialidades.
Depois de identificar as carências, o objetivo do Ministério da Saúde é dar incentivos à mobilidade dos médicos para zonas onde estes fazem mais falta, uma medida prevista num decreto-lei com cinco anos.
Miguel Guimarães insiste que a atual política de incentivos para a mobilização não é adequada e deve mesmo ser reformulada. "As políticas de incentivo têm de ser para a sociedade e têm de ter um caráter mais generalizado", comenta o representante do coletivo de médicos.
Na perspetiva do bastonário, a compensação pode passar por "pagar menos impostos em sede de IRS durante x anos ou ter uma melhor remuneração".
"Ter um ou dois dias de férias a mais" simplesmente não basta, vinca o representante da ordem. Miguel Guimarães também considera que resolver o problema "de uma vez por todas" passa ainda por fornecer os meios necessários para que os médicos que são deslocados para o interior sintam que estão a fazer o que poderiam estar a fazer noutro lugar.
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