Concentração de Faro "já está em andamento". "Não temos condições rigorosamente nenhumas de parar"
Autarca de Faro pede ao Governo para que a responsabilidade do evento, que reúne milhares de motards no Algarve, passe para o município.
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O presidente da câmara de Faro escreveu, na segunda-feira, ao primeiro-ministro apelando a António Costa que reconsidere o caso da concentração de motos de Faro. Rogério Bacalhau garante que o evento é "seguro" e pediu a António Costa que deixe a câmara municipal assumir essa responsabilidade.
"Apelamos ao Governo que nos deixasse decidir e que, eventualmente, se entenderem que é necessário mais algumas medidas além daquelas que nós já temos definidas nos dissessem, para que a concentração se possa realizar. Esta situação não é certamente igual a outras no resto do país, onde as situações no terreno são completamente diferentes", afirma, em declarações à TSF.
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O autarca considera que, nesta altura, não há condições para parar a concentração, que já está em andamento, e sublinha que dos 34 hectares do recinto da concentração só 14 são florestais.
"Espero que a concentração avance, até porque, neste momento, temos mais de dois mil motociclistas já instalados na zona e estão a chegar aviões com pessoas do mundo inteiro que vêm para a concentração", sustenta, alertando para um problema: "Com o despacho do Governo é proibido utilizarmos 14 dos 34 hectares onde a concentração se vai realizar. Eu não vejo como é que nós conseguimos parar este processo que está em andamento. Há mais de um mês que o moto clube anda a preparar os meios e o terreno e as pessoas estão a chegar."
"Mesmo que nós, hoje, disséssemos às pessoas que não havia concentração, elas estão cá e têm que ficar naquele espaço porque é ali que iriam pernoitar. Não temos condições rigorosamente nenhumas de parar este processo que está em andamento", assegura.
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O presidente da câmara de Faro lembra as medidas que todos os anos o moto clube de Faro leva por diante para que o terreno seja seguro e enumera algumas: "Temos um sistema de rega daquele espaço com bombas de incêndio instaladas, com geradores que permitem que essas bombas de incêndio funcionem sempre, temos quatro autotanques que estão lá permanentemente. É recorrente que toda aquela zona seja regada ao longo da concentração até por causa do pó e para diminuir o calor e aumentar o nível de humidade. Temos mais de 60 bombeiros que estão lá permanentemente. Temos uma torre de vigia com quatro metros de altura que permite vigiar todo o espaço."
"Há um conjunto de medidas que já foram pensadas nos outros anos e que este ano estão a ser reforçadas, mas que todos os anos existiram", acrescenta.