"Nem uma mobília se muda de lugar num dia, quanto mais" a concentração de Faro
Moto Clube acredita que se a concentração de motos, que vai para a sua 40.ª edição, não se realizar, acaba de vez.
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Os motards ficaram surpreendidos e incrédulos com as declarações de António Costa. Perante o que ouviram, consideram que a Concentração Internacional de Motos de Faro não se inclui nos eventos citados pelo primeiro-ministro e que mudar de local seria impensável.
"Nem uma mobília se muda em horas, nem uma mobília", afirma o presidente do Moto Clube num misto de indignação e desalento. "Quanto mais um evento destes, que é todos os anos feito de raiz", adianta José Amaro, assinalando que há infraestruturas como "palcos, tendas, sistemas de rega - sistemas de rega espetaculares - por todo o lado".
António Costa afirmou em Viseu que o governo está a dialogar com os organizadores de grande eventos para que possa haver uma "relocalização ou reformatação" de modo a que estes não se desenvolvam em áreas florestais. O primeiro-ministro adiantou ainda que "não é possível abrir exceções".
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No entanto, o presidente do Moto Clube de Faro, que este ano organiza a 40.ª Concentração Internacional de Motos, considera que no caso daquela iniciativa, não se estaria sequer a abrir uma exceção porque, argumenta, todos os anos à volta do evento há uma preparação exaustiva do terreno para que nada aconteça.
"A preparação do terreno envolve amplos caminhos de limpeza de mato e vegetação, temos três pontos de água com possibilidade de utilização por helicópteros, um sistema alternativo à rede pública de eletricidade, camiões cisterna, um sistema de bombas e redes de mangueiras em zonas mais críticas, um corpo de bombeiros profissionais composto por algumas dezenas de homens", enumera. Além disso, argumenta que o terreno, bem como a vegetação, é constantemente regado por camiões cisterna e aspersores.
Ao local da concentração, situado na zona de Vale das Almas, no caminho para a praia de Faro, já começaram a chegar muitos motards provenientes de outros países. José Amaro considera que cancelar a concentração de motos seria acabar de vez com o evento.
"Não digo que seria o fim do Moto Clube, mas em termos de concentração é totalmente impossível isto continuar. Ficaríamos sem capital e se não houver concentração, não temos capital para pagar bandas, tendas, DJ, etc", lamenta.