Concertação social "importante" mas "limitada". Do OE, PSD só espera "ilusões" e um "belo power point"
O líder do PSD espera uma "boa apresentação" da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas compara o documento a "fruta da época", vaticinando que o Governo não vai concretizar o "conjunto de intenções".
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"Importante", mas "limitado". É desta forma que o presidente do PSD, Luís Montenegro, classifica o acordo de concertação social firmado este domingo. Em declarações aos jornalistas, em Monsaraz, o líder social-democrata sustentou que o PSD sempre valorizou os contributos que parceiros sociais, seja do lado dos trabalhadores, seja do lado dos empregadores, "dão ao desenvolvimento do país" e que é, "aliás, nessa lógica de complementaridade entre os poderes públicos e aquilo que são as manifestações do trabalho que as pessoas desenvolvem, quer do lado sindical quer do lado patronal, que se constrói um país com mais desenvolvimento", sublinhou.
No entender de Montenegro, o acordo "perspetiva melhorias, em termos de rendimento, que são assinaláveis" mas que "não resolvem o problema de Portugal": o facto de cada vez mais ganharem o salário mínimo, que se aproxima, cada vez mais, do salário médio.
E a "ambição de Portugal" deve ser "mais do que isso", defende. "Deve ser ter cada vez menos pessoas a ganhar o salário mínimo e cada vez mais a ganhar muito mais do que o salário mínimo".
Por outro lado, aponta o presidente do PSD, "este é um acordo pouco ambicioso, para não dizer mesmo omisso, na vontade transformadora do país, na criação de um novo modelo económico de desenvolvimento que potencie uma criação de riqueza muito maior". Uma riqueza que possa "pôr-nos no patamar da frente da UE em termos de economia para, precisamente, pagar melhores salários e ter um estado com mais eficiência nos seus serviços públicos".
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Montenegro saúda que haja diálogo social em Portugal, mas reforça ainda que o que país precisava era de uma "reflexão profunda" e não de um acordo "feito tão à pressa".
Do Orçamento do Estado, que o Governo entrega esta segunda-feira no Parlamento, o líder do PSD espera "pouco". Antevê que haverá uma "bela apresentação do Governo", com "belos quadros", "um belo power point e um belo conjunto de intenções", afirma. No entanto, "depois não vamos ter a concretização desses resultados", diz, avisando que o executivo se prepara para vender "ilusões".
"Quantas conferências de imprensa é que os ministros das finanças e o primeiro-ministro já fizeram a vender a ilusão de que aquele documento ia provocar no ano seguinte mais e melhor emprego, melhores salários e investimento público (...)?", questiona, concluindo que este ano vai ser igual.
"Vamos ter a fruta da época. Mas os portugueses com uma perda do poder de compra, o país a pagar impostos como nunca, o excesso da carga fiscal a não ter retorno do ponto de vista das políticas sociais", vaticina.
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