Congresso do PSD termina hoje depois de 2º dia de trabalhos cheio de surpresas
O XXXV Congresso do PSD termina hoje com a eleição dos novos órgãos nacionais e o discurso de encerramento do presidente Pedro Passos Coelho, depois de um segundo dia de trabalhos cheio de surpresas no Coliseu dos Recreios.
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O segundo dia de trabalhos, que terminou já perto das 3:30, ficou marcado pela presença de quatro ex-líderes do partido, três dos quais de forma inesperada: Luís Filipe Menezes, Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes e Santana Lopes, o único que tinha manifestado a intenção de ir ao Congresso.
Primeiro foi Menezes, que justificou a sua presença no Coliseu dos Recreios para dar a cara pela derrota autárquica no Porto e também para recordar o célebre discurso no mesmo palco, onde, em 1995, criticou os «sulistas, elitistas e liberais» e que lhe mereceu então o apupo dos congressistas.
Depois, foi Marcelo Rebelo de Sousa que alegou ter ficado comovido ao ver o Congresso pela televisão e não resistiu a marcar presença na reunião em que se assinalam os 40 anos do PSD. Falou perto de uma hora e levou ao rubro o Coliseu, que o aplaudiu de pé por diversas vezes, enaltecendo a liberdade que caracteriza o partido.
Depois do jantar, surgiram no Coliseu, quase em simultâneo, Marques Mendes - que não falou aos congressistas, mas disse aos jornalistas que Marcelo podia estar 'relançado' para Belém - e Santana Lopes, também muito aplaudido quer quando atacou os críticos internos como quando pediu ao primeiro-ministro uma atenção especial à saúde.
Mas as surpresas não se ficaram pela presença em peso dos ex-líderes: por volta das 19:00, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou as suas escolhas para órgãos nacionais, entre as quais a de Miguel Relvas, que deixou o Governo há um ano depois de várias polémicas, para encabeçar a sua lista ao Conselho Nacional.
Da direção saíram Nilza Sena e Manuel Rodrigues, entrando para os seus lugares de vice-presidentes o deputado José Matos Correia e o autarca Carlos Carreiras. Jorge Moreira da Silva manteve-se como primeiro vice-presidente do PSD e Marco António Costa como coordenador da comissão política nacional.
Mais previsível foi o anúncio, uma hora depois, da escolha de Paulo Rangel para encabeçar a lista da coligação às europeias. Rangel discursou em seguida perante o Congresso, deixando um desafio ao PS para que apresente rapidamente o seu candidato.
O XXXV Congresso do PSD vai eleger os novos órgãos nacionais do partido hoje de manhã: a Mesa do Congresso, o Conselho Nacional, a Comissão Política Nacional, o Conselho de Jurisdição Nacional e a Comissão Nacional de Auditoria Financeira.
Foram entregues nove listas candidatas ao Conselho Nacional do partido e cinco ao Conselho de Jurisdição Nacional, os únicos órgãos eleitos por método de Hondt.
A sessão de encerramento do Congresso, com a proclamação de eleitos e o discurso de encerramento do presidente do partido e primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, está marcada para as 12:30 e contará com a presença de Paulo Portas, líder do CDS e vice-primeiro-ministro.