A falta de turistas, o cancelamento de eventos e festivais e a quebra do poder de compra ameaçam a recuperação do setor.
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O consumo de cerveja caiu quase 20% nos primeiros seis meses do ano, e o prejuízo chega aos milhões de euros, revela o grão-mestre da Confraria da Cerveja, em declarações à TSF. Rui Lopes Ferreira adianta que o setor foi "particularmente mais afetado na medida em que grande parte da sua atividade é feita através do canal Eureka, ou seja, cafés, restaurantes e hotéis, que estiveram encerrados durante dois meses".
Neste momento, aliás, "ainda não estão abertos todos os pontos de venda", e o impacto sentido é "muito forte", descreve o representante da Confraria da Cerveja. Nos primeiros seis meses do ano, a produção de cerveja em Portugal caiu 15%, e o consumo no mercado interno teve uma quebra de 19%.
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"A recuperação é lenta porque os pontos de venda não reabriram todos de uma só vez, e porque o turismo é praticamente inexistente. Ao mesmo tempo, há muitos eventos e festivais cancelados e o poder de compra foi afetado. O calor ajuda, mas não é o suficiente para compensar todos estes fatores."
O grão-mestre da Confraria da Cerveja é também o presidente executivo da Super Bock, que anunciou um plano de cortes de salários em 10%, face à crise provocada pela Covid-19. Rui Lopes Ferreira adianta que o plano está praticamente concretizado, sem que tenha havido qualquer despedimento: "Foi anunciada, na Super Bock, a intenção de reduzir 10% nos custos salariais. Esse plano está já executado praticamente a 90%, sem despedimentos."
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Foram realizados acordos "mútuos de rescisão", explica o presidente executivo da Super Bock.
Esta sexta-feira assinala-se o Dia Internacional da Cerveja, mas com poucos motivos para festejar.
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