
Tuberculose
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O coordenador do Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose alertou que o combate à doença está a ser afectado pelos cortes no sector da saúde. (Notícia actualizada às 00:21).
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Ouvido pela TSF, o coordenador do Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose começou por comentar os resultados divulgados esta terça-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A tuberculose recuou pela primeira vez no mundo, anunciou a organização, que pediu, no entanto, um reforço no combate à doença.
De acordo com o relatório anual da OMS sobre a tuberculose, 8,8 milhões de pessoas apanharam o bacilo da doença no ano passado, contra 9,4 milhões em 2009, uma descida de 1,4 milhões no número de infectados.
A luta contra a doença necessitará de mais mil milhões de dólares (730 milhões de euros) no próximo ano, refere o documento, segundo o qual o combate à tuberculose multirresistente necessita ser mais financiado.
Em 2010, 46 mil pessoas em todo o mundo receberam tratamento contra a tuberculose multirresistente, apenas 16 por cento da população atingida por esta variante da doença.
Segundo o coordenador do Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose, com cada novo relatório, a OMS revê os números estimados nos documentos anteriores.
Já desde 2005 se tem notado um decréscimo na incidência desta doença, acrescentou. «Desde 2005 havia evidência de a incidência estar a diminuir, no entanto, os números de casos, em valores absolutos, ainda estavam a aumentar», explicou.
Para Fonseca Antunes, estes dados são a prova de que está correcta a estratégia aplicada a nível mundial para combater a doença.
Quanto à realidade portuguesa, o coordenador do Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose lembrou que esta tarefa está bem. Dentro de três anos, Portugal poderá entrar no grupo de países onde a doença é de baixa incidência, com menos de 20 casos por 100 mil habitantes.
Contudo, alertou, a crise e as alterações no sector da saúde já estão a complicar a luta contra a tuberculose. «Já está a ser mais difícil obter os melhores resultados e os melhores índices de qualidade do tratamento do doente», disse.