Várias fontes próximas de António Costa consideram impossível que o presidente da câmara de Lisboa fique em silêncio perante acusações de deslealdade.
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António Costa deverá aproveitar a reunião desta terça-feira da Comissão Política do PS para explicar as razões que o levam a avançar com uma candidatura à liderança socialista e com a recandidatura à Câmara Municipal de Lisboa.
Uma fonte próxima de António Costa confirmou à TSF que o autarca está disponível para avançar nas duas frentes, tendo várias fontes próximas do autarca considerado impossível que o presidente da câmara de Lisboa fique em silêncio perante acusações de deslealdade.
Ao assumir este duplo desafio, António Costa esquece o principal argumento que invocou para não se candidatar, em junho de 2011, à liderança do PS.
Poucos dias após Sócrates ter anunciado a retirada, António Costa deixou caminho aberto a Francisco Assis, ao afirmar que seria completamente impossível acumular com rigor as funções de secretário-geral do PS e de presidente da câmara.
Na altura, António Costa defendeu que o «PS precisa de um secretário-geral a tempo inteiro e o município de Lisboa com um presidente com dedicação exclusiva».
«Honrar a confiança que em mim depositam os lisboetas, cumprir o compromisso que assumi com a cidade que me elegeu e exercer com total paixão as funções públicas que me estão confiadas é não só meu dever como melhor contributo que posso dar a credibilizar a política e credibilizar o PS», acrescentou então.
Se for bem-sucedido nestas duas batalhas, António Costa ficará quase na mesma posição de Jorge Sampaio, que, em 1989, acumulou as funções de secretário-geral do PS com as de presidente da câmara de Lisboa.
Contudo, nessa altura, Sampaio já era secretário-geral do PS quando decidiu liderar uma frente de esquerda que acabou por conquistar a câmara de Lisboa, uma situação oposta à de António Costa, que é autarca e desafia agora um secretário-geral eleito há pouco menos de dois anos.