Costa elogia oito anos de convivência com Marcelo e promete "suplemento de otimismo" sempre que necessário
Em Belém para apresentar cumprimentos de Natal pela última vez, António Costa quis tranquilizar Marcelo sobre o futuro: seja quem for o próximo primeiro-ministro, "vai habituar-se e vai correr bem".
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O primeiro-ministro, António Costa, elogiou esta quinta-feira os últimos oito anos de convivência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, como "talvez dos melhores períodos de relacionamento entre órgãos de soberania" e, naquela que foi a sua última apresentação de cumprimentos de Natal em Belém, garantiu que estará sempre disponível para "ou por telefone, ou pessoalmente, acrescentar um suplemento de otimismo quando a fé não seja suficiente".
Como "irritantemente otimista", Costa quis também "tranquilizar" Marcelo quanto ao futuro político do país: "Sei que nunca experimentou presidir com outro primeiro-ministro. Eu já tive oportunidade de ser primeiro-ministro com outro Presidente da República e há uma coisa que lhe posso assegurar: é que nos habituamos."
"Por razões que conhece bem, este momento acontece dois anos mais cedo do que era previsto. É não só um momento de votos de boas festas mas também de despedida, visto que é o último Natal que passamos em conjunto nestas nossas funções de primeiro-ministro e Presidente da República", salientou o líder do executivo.
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Num momento marcado por um diálogo olhos nos olhos entre Costa e Marcelo, o líder do Governo disse acreditar que "no essencial", os portugueses vão recordar os últimos oito anos como "talvez dos melhores períodos de relacionamento entre órgãos de soberania" e apontou até ter dúvidas que de que "tenha havido tantos períodos de tanta boa convivência".
Ainda assim, ressalvou que essa boa convivência "não quer dizer, naturalmente, coincidência permanente de pontos de vista entre órgãos de soberania", dado que são "diversos, e mais diversos são naturalmente" neste caso, em que advêm de "famílias políticas diversas".
Garantido estar "ainda mais confiante" em Portugal e "mais otimista no futuro" do país, o primeiro-ministro confessou até que foi "com grande satisfação que o otimismo, de irritante, foi passando a ser pelo menos, se não contagiante, cativante".
Foi com a mesma satisfação, apontou, que ouviu Marcelo "ainda antes de ontem lamentar a tendência de alguns para o pessimismo".
Europa desbloqueou mais 2400 milhões de euros
Costa revelou também que a Comissão Europeia aprovou na tarde desta quinta-feira "a transferência para Portugal, já na próxima semana, do montante correspondente ao essencial dos terceiros e quarto pagamentos do Plano de Recuperação e Resiliência, de 2400 milhões de euros", ficando a faltar 700 milhões de euros que dependem de três condições.
A primeira é a criação de centros de responsabilidade integrada nos hospitais, cujo diploma entra em vigor, a segunda é a entrada em vigor dos diplomas das ordens e, por fim, fica a faltar a subscrição por "menos de 20 municípios", contas feitas por Costa, do "acordo de descentralização na área da saúde".