Marcelo confessa que estava a "pensar bater recorde" com Costa, mas "destino não quis"
Chefe de Estado queria chegar à marca de "ter um só primeiro-ministro durante dez anos".
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, confessou esta quinta-feira que estava já a pensar em bater, com António Costa, "o recorde de ter um só primeiro-ministro durante dez anos" e lamentou que o destino não tenha querido que assim fosse, dado que o líder do Governo está demissionário.
Na apresentação de cumprimentos de Natal em Belém, a última de Costa enquanto primeiro-ministro, o Presidente da República revelou até que tinha "uma fórmula" para o que pensava que seria ainda o futuro político comum aos dois, que "estava convencido de que ia durar mais tempo".
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"Um ano e dez meses era a minha fórmula, correspondia exatamente ao tempo que faltava até à realização de eleições autárquicas e, portanto, à entrada no período eleitoral que significava, para o Presidente da República, o aparecer na cena política, nomeadamente, do conjunto de candidatos à sua sucessão e, no caso do primeiro-ministro, haver realmente uma série de eleições que implicavam, naturalmente, a aproximação do final do mandato parlamentar, sobre o qual depois ponderaria o que faria ou não faria, mas já era outro tempo", explicou Marcelo.
Ainda assim, o chefe de Estado está convencido de que "valeu a pena" e de que "houve um reforço de compromisso", mesmo que, por obra do "destino", não consiga cumprir o recorde que já tinha mente.
Segundo o Presidente da República, "o que é facto é que foi importante para a democracia portuguesa, foi importante para a economia e para a sociedade portuguesa".
Marcelo Rebelo de Sousa ressalvou que "nem tudo correu bem", seja "por razões internacionais, por razões nacionais objetivos" ou "por erros" que ambos e outros cometeram.
"Faz parte da política ser assim. Mas eu acho que um dia, quando se observar com atenção e com distanciamento, se dirá que não é por acaso que o povo português decidiu manter por tanto tempo as suas opções e as suas escolhas relativamente ao Presidente e ao Governo", considerou.