Costa "entregará as chaves" do Rato no dia 17 e "vai colocar-se ao dispor" do futuro líder
Na abertura da comissão nacional, o ainda primeiro-ministro e secretário-geral do PS deu a entender que a saída do Governo pode não ser um ponto final na sua carreira política.
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António Costa volta a garantir que não vai declarar o apoio a nenhum dos candidatos à liderança do PS, "respeitará quem ganhar" e "vai colocar-se ao dispor" da futuro direção, dando a entender que a saída do Governo pode não ser um ponto final na sua carreira política. O primeiro-ministro falou aos socialistas, na abertura da comissão nacional, sem fazer referências diretas aos dois candidatos, de acordo com fontes ouvidas pela TSF.
O ainda primeiro-ministro e secretário-geral do PS "estará no Largo do Rato ao meio-dia do dia 17 para entregar a chave" da sede ao seu sucessor. Volta a repetir que "há dois quadros que dão 10-0 a Luís Montenegro", numa referência a Pedro Nuno Santos e a José Luís Carneiro, excluindo o candidato da terceira via, Daniel Adrião.
Sem referências diretas ao trabalho de qualquer candidato (José Luís Carneiro foi seu secretário-geral adjunto e ministro da Administração Interna; Pedro Nuno Santos foi o pivô da geringonça e ministro das Infraestruturas e da Habitação), António Costa falou também no seu legado.
"Emprego, emprego, emprego" é a grande herança dos Governos socialistas desde 2015, de acordo com o próprio António Costa, que destaca também o crescimento do país, em grande parte dos anos acima da média europeia.
O primeiro-ministro reforça que "está de consciência tranquila", no que toca à Operação Influencer, e pede aos militantes que "falem de políticas" e não se centrem na justiça, uma mensagem repetida nas últimas reunião do partido, desde a crise política.
Os socialistas estão reunidos, numa reunião da comissão nacional, para aprovar a alteração das datas para as eleições internas, depois da queda do Governo. Há três candidatos à sucessão de Costa: Pedro Nuno Santos, José Luís Carneiro e Daniel Adrião.
Daniel Adrião é candidato pela "rutura e descontinuidade"
À chegada à Comissão Nacional socialista, Daniel Adrião confirmou a candidatura à liderança do partido, contra Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro. Candidata-se pela "rutura" e pela "descontinuidade".
"Temos ideias claras e distintas sobre um novo modelo para o PS e um novo projeto reformista para o país", afirma.
Adrião lembra que nenhum dos candidatos "é tão forte como António Costa, primeiro-ministro do país", para justificar a candidatura apesar do avanço de Pedro Nuno Santos e de José Luís Carneiro. Daniel Adrião candidatou-se em 2016, 2018 e 2021 contra António Costa.
"Nunca há campanhas que são passeios no parque"
Alexandra Leitão, que coordena a moção estratégica de Pedro Nuno Santos, entrou na comissão nacional ao lado de Isabel Moreira. Duas apoiantes do candidato da ala esquerda, e a antiga ministra rejeita que as eleições sejam favas contadas.
Questionada se a eleição de Pedro Nuno Santos vai ser um "passeio no parque", Alexandra Leitão responde que "nunca há campanhas que são passeios no parque".