Costa usou "prata da casa" para reestruturar Governo. "Se não funcionar retiraremos daí conclusões"
O Presidente da República considera que o critério de António Costa foi garantir a continuidade de políticas.
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Marcelo Rebelo de Sousa considera que a passagem dos atuais secretários de Estado João Galamba e Marina Gonçalves a ministro das Infraestruturas e ministra da Habitação, respetivamente, teve como objetivo ser uma solução "que mexe menos naquilo que existia no Governo".
"O critério é fazer com a prata da casa para não mexer muito naquilo que existe. Se isso funcionar é uma boa ideia, se não funcionar retiraremos daí as conclusões", avisa, em declarações aos jornalistas à chegada a Lisboa, depois da visita oficial ao Brasil, onde marcou presença na tomada de posse de Lula da Silva.
Se esta remodelação não resultar, "isso recairá sobre o primeiro-ministro", reforça.
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Questionado sobre a justificação de António Costa, que atribuiu a escolha dos dois nomes à necessidade de "assegurar a estabilidade das políticas, como a continuidade da ação governativa", Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que ainda não tinha ouvido declarações mais recentes do primeiro-ministro sobre o caso, mas adivinhar o que terá sido dito:
"A explicação que eu presumo que deve ter sido dado pelo senhor primeiro-ministro é a explicação de que é o que mexe menos daquilo que existia no Governo. É o que mexe menos no sentido de, por um lado, seguir as mesmas políticas (...) E, por outro lado, dá menos mexida, descontinuidade administrativa."
Isto porque a nova ministra da Habitação, Marina Gonçalves, já era secretária de Estado, e o novo ministro das Infraestruturas conhece bem "o antigo ministro", Pedro Nuno Santos.
Quanto à razão fundamental da divisão em dois ministérios era "óbvia: "dar maior importância à habitação".
Já sobre os pedidos dos partidos da oposição, como o PSD, que defenderam a saída do ministro das Finanças, Fernando Medina, o Presidente recusou pronunciar-se.