Regulador emitiu alerta depois de queixas. Alguns casos envolveram grávidas transferidas para o público depois de detetado o vírus.
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A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) alerta os privados que têm de avisar previamente os seus utentes, antes de começarem qualquer outro tipo de tratamento ou meio de diagnóstico, que não tratam doentes com Covid-19 e que estes tratamentos ou meios de diagnóstico podem ser interrompidos caso lhes seja diagnosticado o novo coronavírus.
O alerta de supervisão foi emitido esta sexta-feira depois de queixas que chegaram ao regulador.
Com esses tratamentos interrompidos há clientes que têm, naturalmente, de ir para os serviços públicos de saúde, únicos que aceitam os doentes com Covid-19.
A TSF sabe que algumas queixas envolveram grávidas que marcaram o parto num hospital privado, mas como lhes foi detetado o vírus acabaram por ter de ser levadas, a meio do processo, para um hospital público.
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Recorde-se que os hospitais privados são, por norma, espaços onde os doentes com o novo coronavírus não devem ser assistidos.
A Entidade Reguladora da Saúde não crítica a paragem dos tratamentos ou a transferência dos utentes, mas avisa que estes devem estar cientes desse risco - ou seja, de a meio do tratamento este ser interrompido.
Na prática, a ERS alerta que os privados têm de ser claros e avisar logo no primeiro contacto, à partida, dessa hipótese.
O regulador do setor sublinha a "importância do respeito integral pelo direito dos utentes na obtenção de informação rigorosa, transparente e atempada".
Razão que leva o regulador a exigir que a hipótese de interrupção dos tratamentos esteja expressa naquilo que é publicitado pelos hospitais privados, nomeadamente em "qualquer mensagem ou informação publicitada sobre os serviços prestados, independentemente do suporte ou meio de difusão utilizado, nomeadamente no website institucional e em cartazes, folhetos e meios audiovisuais".