A presidente do Conselho Português para os Refugiados afirma que Portugal tem a "obrigação de receber" os refugiados e que as camas para os acolher "têm que ser arranjadas".
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"Portugal tem a obrigação de receber [os refugiados] e portanto tem que criar as condições, tem que estar à altura das suas responsabilidades e estou certa que o fará" diz a presidente do Conselho Português para os Refugiados.
Teresa Tito de Morais lembra que atualmente o país acolhe 200 refugiados e por isso receber mais 700 vai obrigar a uma coordenação bem articulada entre as entidades envolvidas como são "a Segurança Social, o SEF, o Instituto de Emprego e Formação Profissional, a Misericórdia de Lisboa, as IPSS espalhadas pelo país. Esta coordenação tem que se fazer e dar uma amplitude [ao trabalho que já se realiza com os refugiados acolhidos atualmente] e a partir daqui podermos estender no país e cobrir as necessidades das pessoas que chegarem.
Quanto às camas e outras estruturas que também são necessárias, a presidente do Conselho Português para os Refugiados, não duvida que elas vão ser encontradas. "As camas têm que ser arranjadas e temos que estruturar todo um conjunto de respostas porque elas não estão aqui ao voltar da esquina. Temos que nos sentar à mesa e temos que agilizar esses procedimentos e perceber como é que vamos atuar em conjunto para que todas as necessidades básicas dessas pessoas possam ser respeitadas e que possamos dar uma resposta coerente a este novo desafio.
Teresa Tito de Morais considera que é obrigatório ética e moralmente que Portugal esteja ao lado dos outros países europeus face aquilo que se viva atualmente no mediterrâneo.
Portugal poderá vir a receber 704 refugiados de um total de 20.000 que serão distribuídos por todos os Estados-membros da União Europeia. Uma quota que será atribuída no âmbito do mecanismo de emergência europeu anunciado ontem pela Comissão Europeia.