Críticas a Pedro Nuno e confiança na vitória. Carneiro encerra campanha com apresentação de livro

Na véspera das eleições socialistas, José Luís Carneiro apresenta o mais recente livro. Chama-se "Ganhar o futuro", quem sabe, a pensar nos próximos dois dias de votação para a sucessão de António Costa. Nas últimas horas de campanha interna, o candidato da ala moderada assume-se com "o perfil" indicado para derrotar a direita.

A obra de Carneiro reúne crónicas publicadas no Jornal de Notícias, mas também discursos parlamentares, que escreveu enquanto secretário-geral adjunto do PS, há cerca de dois anos.

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O presidente do PS, Carlos César, assina o prefácio e deixa rasgados elogios ao candidato - o texto foi escrito há mais de um ano. Na verdade, o presidente socialista apoia Pedro Nuno Santos.

A apresentação do livro ficou a cargo do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, um dos apoiantes de peso da candidatura da ala moderada, e apela ao "diálogo político olhando para todos os lados".

José Luís Carneiro já garantiu que vai dialogar tanto à esquerda como à direita, deixando até a porta aberta à viabilização de um Governo minoritário do PSD. Para já, o foco são as eleições internas e, em declarações aos jornalistas, o candidato deixa uma última mensagem aos militantes.

"Há uma candidatura, um projeto e um perfil que é capaz de evitar que a direita ganhe as eleições. E essa candidatura, sem falsas humildades, entendo que é a nossa", atira.

E, na hora da despedida de António Costa, Carneiro deixa o futuro do primeiro-ministro em aberto, seja para "cargos nacionais ou internacionais" (Costa tem sido apontado a Belém e à presidência do Conselho Europeu).

"É um bom nome para qualquer função, temos muito orgulho em tê-lo como nosso secretário-geral e primeiro-ministro. No futuro, desempenhará as funções que achará adequadas à sua vontade", sintetiza.

Vieira da Silva dispara contra Pedro Nuno

O antigo ministro José António Vieira da Silva foi um dos oradores da apresentação da obra e, ao contrário de Augusto Santos Silva, foi mais duro para com o adversário interno. O socialista nota uma atitude "arrogante" de Pedro Nuno Santos, ao recusar fazer debates, com uma visão de que a escolha já está feita "há uns anos".

"A vida é o confronto de ideias, sem medos. O PS sempre foi um partido de confrontos intensos", lembra.

Vieira da Silva lamenta até que existam "camaradas que quase fazem oposição ao nosso Governo", defendendo que os governos de António Costa serviram Portugal "como poucos fizeram em democracia".

Nos próximos dois dias, o PS vai a votos. Estão três candidatos na corrida, mas José Luís Carneiro garante que, a partir de domingo, o partido volta a estar unido em torno do líder.

Carlos César diz que Carneiro "retirou vantagem" de prefácio escrito "há um ano ou dois"

Carlos César diz que a candidatura de José Luís Carneiro "retirou vantagem" do prefácio "radicalmente elogioso", num "ato de encerra de campanha".

No Facebook, o presidente do PS dá conta que Carneiro "comunicou-lhe há poucos dias que ia lançar um livro" com um prefácio escrito "há um ano ou dois".

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