Augusto Santos Silva lembra que em democracia todos podem "falar livremente", mas admite que no seu discurso "procura ser estadista".
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O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, diz que é "um estadista", por isso não usaria a linguagem que o ex-Presidente Cavaco Silva usou nas críticas ao Governo.
As palavras duras de Cavaco Silva "não é nada a que nós não estejamos habituados", afirmou Santos Silva em declarações aos jornalistas na Universidade Católica do Porto, ressalvando que "é o que define a democracia: cada um falar livremente sobre os assuntos que entende mais pertinentes".
Questionado se usaria o mesmo tom, Santos Silva diz que tem de manter sempre a mesma postura, exigida pelo cargo. "Eu sou presidente da Assembleia da República e atuo nessa qualidade. Procuro ser estadista e assumir as minhas responsabilidades públicas em todas as circunstâncias."
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Num discurso em que classificou a governação socialista como "desastrosa", Cavaco Silva defendeu que o primeiro-ministro "perdeu a autoridade" e "não desempenha as competências que a Constituição lhe atribui", acrescentando que por vezes os primeiros-ministros "decidem apresentar a sua demissão" devido a "um rebate de consciência".
Sobre a comissão parlamentar de inquérito (CPI) à gestão da TAP, Augusto Santos Silva disse esperar que os trabalhos se foquem nas questões que a motivaram.
"Espero que se recentre no seu objeto, porque o objeto da comissão de inquérito está bem balizado: é um inquérito à tutela política de gestão da TAP e é bom que esse objeto ninguém o perca de atenção."
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Isto, diz, se os deputados seguirem "o bom senso e o respeito de todos perante o regimento e a lei, neste caso, o regime jurídico dos inquéritos parlamentares".