"Ignorar Cavaco é fanatismo." Montenegro acusa Governo de viver "noutra realidade"
O líder do PSD respondeu às declarações de António Costa sobre Cavaco Silva.
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O líder do PSD, Luís Montenegro, afirmou que o Partido Socialista e o Governo estão desorientados e que ignorar o que o antigo Presidente da República Cavaco Silva referiu na intervenção de sábado "é atuar no domínio do fanatismo político e do estado de negação".
"Só nos faltava mesmo ter um Governo que vive noutro país, noutra realidade. Cada vez mais o país e as famílias portuguesas caminham para um estado em que há um esgotamento da confiança do Governo e uma vontade de mudar. Quer à direita do PS quer à esquerda, nesse aspeto, a opinião é unânime. O PS e o primeiro-ministro vivem noutra realidade", afirmou Montenegro aos jornalistas no Funchal, Madeira, onde participa nas jornadas parlamentares do PSD.
Para o social-democrata, quando Costa recorre ao "papão da direita" significa que está "mesmo nervoso" e com "medo" do que está a acontecer.
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"A falta de confiança que os portugueses hoje sentem no Governo. Há uma coisa que Costa não disse: onde é que Cavaco Silva errou no diagnóstico que fez de Portugal. Não disse ao país que era mentira que as pessoas não suportam grande parte das despesas que têm no fim do mês, querem ter uma consulta ou uma cirurgia e ficam meses ou anos à espera. É uma asfixia fiscal por todo o lado", atirou o líder do PSD.
Sobre o SIRP, Montenegro voltou a sublinhar que o "assunto é grave" e continuam a faltar "explicações ao país", quer por parte dos responsáveis do serviço de segurança quer por parte do primeiro-ministro.
"Não basta dizer que correu tudo bem porque toda a gente já viu que correu mal. O primeiro-ministro, que é o responsável máximo pelo Sistema de Informação da República Portuguesa, tem de dar as respostas. Se não houver essas respostas, não excluímos outras possibilidades para que o país saiba a verdade. O país tem de saber a verdade, doa a quem doer, mesmo que a dor esteja no Governo", acrescentou.
No sábado, durante o 3.º Encontro Nacional dos Autarcas Social-Democratas (ASD), em Lisboa, o antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva acusou o Governo de ser especialista em "mentira e propaganda" e, considerou que o primeiro-ministro perdeu a autoridade e não desempenha as competências que a Constituição lhe atribui, sugerindo a sua demissão.