Da "fé" da IL à "mesada e loucura" do Livre. Cotrim e Rui Tavares com prioridades trocadas
A IL argumenta que o rendimento básico proposto pelo Livre salvava "20 TAP's". Rui Tavares pede "relação honesta com os factos".
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Em debate, dois partidos liberais nos costumes, mas pouco unidos quanto às soluções para o país: a Iniciativa Liberal (IL) e o Livre divergem no combate às alterações climáticas, e nas medidas para colocar Portugal com saúde financeira. De parte a parte, críticas de "fezada" e de uma "sociedade utópica e poética".
O Rendimento Básico Incondicional (RBI) que o Livre propõe tornou-se num dos temas da pré-campanha eleitoral, mas não convence os liberais, que acusam Rui Tavares de querer dar "uma mesada" aos portugueses.
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"Se cada português recebesse 500 euros por mês incondicionalmente, teríamos uma conta anual que equivale a salvar 20 TAP"s por ano. Se só quiser salvar uma TAP por ano, e a IL não quer salvar nenhuma, só conseguia dar a cada português 25 euros por mês".
João Cotrim de Figueiredo acrescenta que o RBI, ainda que numa fase de testes, "ou é uma loucura absoluta ou uma mesada".
Já Rui Tavares pede "uma relação honesta com os factos", e sublinha que Portugal "deve fazer um projeto-piloto sobre o subsídio, até porque "custa um centésimo da fezada que a IL tem em mutilar o Estado em dois mil milhões de euros".
O candidato do Livre referia-se à taxa única de IRS que os liberais querem implementar em Portugal, lembrando que a IL prevê recuperar metade valor no crescimento económico. "Até pode acontecer, mas tivemos três das maiores recessões do século nos últimos anos", recordou.
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João Cotrim de Figueiredo admitiu que "há uma diferença grande entre um partido que coloca o crescimento económico no foco das prioridades e o Livre que vê uma sociedade utópica".
"Até admito que seja uma sociedade agradável, mas é poética, e não vai ao encontro das necessidades dos portugueses", criticou.
Quanto ao combate às alterações climáticas, o Livre refere que esta é uma oportunidade para mudar e economia do país, para uma gestão mais verde. Rui Tavares afirma até que "Portugal está na linha da frente na emergência climática", como a desertificação e a subida do nível da água do mar.
"Esta realidade, de uma emergência climática, tem de ser entendida também como uma oportunidade para a nossa transformação económica", justificou.
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Já o presidente da IL discorda, e defende que "só com a economia a crescer é possível dar resposta e corrigir os desequilíbrios ambientais".
Cotrim de Figueiredo argumenta que "a prova está na história", já que "todos os países com políticas avançadas em relação ao ambiente são países desenvolvidos".