Da inteligência artificial ao vegetarianismo: primeiro Congresso de Educação Alimentar arranca esta quarta-feira no Porto
A importância de realizar este evento prende-se com o facto de existir "uma enormidade de doenças em Portugal que se relacionam com a alimentação e que têm um impacto muito grande na sociedade, nomeadamente na mortalidade", refere à TSF o diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação do Porto
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No Dia Mundial da Alimentação, que se assinala esta quarta-feira, a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto organiza o primeiro Congresso de Educação Alimentar. Em declarações à TSF, o diretor da faculdade, Pedro Graça, explica os motivos para organizar este encontro, que decorre esta quarta-feira na cidade Invicta.
"O interesse do Congresso tem a ver com o facto de nós em Portugal termos uma enormidade de doenças que se relacionam com a alimentação e que têm um impacto muito grande na nossa sociedade, nomeadamente na mortalidade", explica.
Um dos principais temas deste congresso, que vai reunir centenas de especialistas, é a inteligência artificial. "Sem minimizar riscos", para Pedro Graça, as ferramentas digitais podem ter um forte "potencial" na educação alimentar.
Além da inteligência artificial, há outros temas que serão alvo de debate neste evento: "O facto de nós termos uma população escolar em mudança acelerada, demográfica e socialmente, ou seja, hoje temos escolas em que uma percentagem significativa dos estudantes são alunos de origem estrangeira, com hábitos alimentares diferentes, que vão colocar muitas questões novas aos pedagogos, aos educadores, a quem produz refeições nas escolas, isso parece-me importantíssimo. Temos aqui questões associadas à ética alimentar: cada vez mais as pessoas estão a procurar alimentos de origem vegetal e estão preocupadas com o sofrimento animal e com os benefícios que esta dieta pode trazer. As questões ambientais e também as questões associadas à insegurança alimentar, à pobreza que aumenta em muitas famílias e como nós podemos fazer educação alimentar nestes contextos", enumera Pedro Graça.
Durante o congresso será apresentado um manifesto que pretende a definição de políticas comuns na área da nutrição e alimentação.