Operações de transplantação hepática ou renal são alguns dos exemplos dados pela Sociedade Portuguesa de Transplantação, que pede mais rapidez na retoma da atividade hospitalar.
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Houve uma redução do número de transplantes na ordem dos 50% durante a pandemia, e os hospitais só avançaram com os transplantes de muita urgência.
Susana Sampaio, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação, relata à TSF que nos dois primeiros meses dos anos
até se verificou um aumento de transplantes em relação a 2019, mas, a partir de março, os números caíram para metade. "Por exemplo, há uma queda substancial em março e abril do transplante renal, falando em dador falecido", pormenoriza.
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Em março de 2019, tinham sido realizados 36 transplantes, e em março de 2020 realizaram-se 14. Já durante o mês de abril, no ano de 2019, ocorreram 24 transplantes e 12 este ano.
"No que diz respeito à situação de dador vivo, verifica-se a mesma situação: no ano passado foram realizados cerca de 20 transplantes, e este ano aconteceram 12 no mesmo período." Os cálculos de Susana Sampaio não ficam por aqui. A presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação assinala que a situação é "transversal" e atinge também transplantes de fígado: em março de 2019, foram feitos 20 e este ano apenas se registaram sete transplantes hepáticos. Quanto ao mês de abril, de um ano para o outro, houve uma queda de 14 para nove.
Susana Sampaio defende que é preciso compreender se a redução de transplantes pode estar relacionada com a resistência dos doentes em recorrerem aos hospitais por medo de contraírem a Covid-19. "Não sei se o facto de doentes que estejam mal, que acabam por não vir ao hospital e falecer em casa, não estará a condicionar o facto de não virem para os cuidados intensivos, e talvez por isso haja menos potenciais dadores."
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Em dia nacional da doação de órgãos e da transplantação, Susana Sampaio lamenta que a retoma de transplantes esteja a ser lenta e pede mais celeridade. "Gostaríamos que a área da transplantação já estivesse normalizada, mas não é a isso que assistimos. A retoma da atividade normal está a demorar..."
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