Líder social-democrata recusa "complicar aquilo que é simples" e continua a defender eleições o "mais depressa possível", mas apenas depois de 9 de janeiro.
Corpo do artigo
O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu esta quinta-feira que, para "dar uma ajuda ao PSD", o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, teria de marcar as eleições legislativas para "pelo menos" o mês de abril.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Rio admitiu que "se houver vontade de - até me custa dizer a palavra, que não sei qual é - dar uma ajuda ao PSD para que possa ter eleições internas e que isso perturbe o mínimo as legislativas, para que não seja tudo quase ao mesmo tempo, com espaço de três semanas, um mês ou duas semanas, aí teria de ser pelo menos em abril".
"Não me parece que vá por aí, sinceramente, nem me parece que isso seja uma solução", garantiu no entanto o líder social-democrata, que assinala estar a complicar-se "aquilo que é simples".
TSF\audio\2021\11\noticias\04\rui_rio_2_abril
Rui Rio continua a defender eleições "o mais depressa possível", mas apenas depois de 9 de janeiro, antecipando que "não teremos antes de maio ou junho" um novo Orçamento do Estado. Questionado sobre se há hipóteses de não aceitar a data anunciada esta noite pelo Presidente da República, Rio respondeu com uma pergunta: "Isso quer dizer o quê, que fugia do país?"
Sobre o combate interno do partido, e numa não resposta a Paulo Rangel, que acusou Rio de tentar condicionar Marcelo Rebelo de Sousa, o líder social-democrata escusou-se a "atacar" o adversário interno e a alimentar o "ataque e resposta".
"Respondia-lhe com a maior das facilidades, mas não é isso que vai acontecer", garantiu. No Conselho Nacional deste sábado, Rio promete fazer "uma análise da situação" e pedir "bom senso e reflexão" sobre a disputa "ao mesmo tempo" de eleições internas e legislativas.
Rui Rio disse que, para lá do pedido de ponderação, não é provável que ele próprio apresente uma nova proposta formal de adiamento das diretas e Congresso para depois das legislativas - que foi chumbada no Conselho Nacional de 14 de outubro com 71 votos contra, 40 a favor e quatro abstenções, ainda antes do chumbo do Orçamento do Estado para 2022 que conduzirá à dissolução do parlamento.
14285959
No entanto, Rio não rejeitou que essa proposta possa partir de outros conselheiros, dizendo que os mais de 100 que têm essa possibilidade enquanto membros eleitos "são livres" de o fazer, sem descartar um desfecho diferente.
"Da outra vez não acreditaram num cenário que eu estava a dar como provável - haver crise política e eleições antecipadas. Não acreditaram porque era um cenário, agora não há cenário nenhum, agora o problema está à frente de nós é real, só não sabemos a data", afirmou.
Sobre a afluência à reunião deste fim de semana, Rio garante que "não manda" nos conselheiros. "Não controlo nada, só controlo os meus argumentos."
"Em princípio nada se altera, do meu ponto de vista", acrescentou ainda quando questionado sobre se continuará a ser candidato à liderança do partido.