"De repente vivemos num enorme laboratório." Costa admite que lidar com a pandemia "não é fácil"
O primeiro-ministro fala em gratidão pelos cientistas e volta a remeter para quinta-feira o anúncio de novas medidas para fazer frente à pandemia.
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António Costa destaca o papel da ciência e dos cientistas durante a pandemia, com a descoberta da vacina em tempo recorde. Na cerimónia da entrega de prémios em homenagem à imunologista Maria de Sousa, que morreu de Covid-19 em 2020, o primeiro-ministro afirmou que hoje ninguém "duvida do papel da ciência".
Nos últimos dias, com o aumento do número de casos, os partidos têm apelado ao reforço da terceira dose da vacina, assim como a uma "testagem universal". À saída da cerimónia, António Costa foi parco em palavras aos jornalistas, remetendo para quinta-feira o anúncio de novas medidas para fazer frente à pandemia.
No Teatro Thalia, palco da entrega de prémios a cinco jovens cientistas, no valor total de 125 mil euros, António Costa pediu que se olhe lá para fora, quando Portugal é dos países com uma taxa de vacinação mais elevada.
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"Quando comparamos o que acontece nos países com maior taxa de vacinação com o que acontece nos países com menor taxa de vacinação, não temos a menor dúvida da gratidão que devemos a quem, em tão pouco tempo, foi capaz de encontrar a vacina", disse.
Os cientistas foram os protagonistas nos últimos dois anos, mas com a pandemia, todos percebem que a ciência é por tentativa e erro, e "de repente todos vivemos num enorme laboratório onde ao vivo vamos assistindo e experienciando o esforço da ciência para descobrir o que falta descobrir".
A incerteza faz parte do dia a dia, ainda para mais em tempos de pandemia, e António Costa admite que não é fácil para os cientistas, nem para políticos.
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"Se é fácil? Bom, nenhum primeiro-ministro dirá que é fácil e todos os cidadãos sabem que não é fácil. Agora, é precisamente esse esforço que transformou a ciência em algo que todos perceberam que é fundamental", atirou.
E com um trauma pandémico que continua a pairar sobre a sociedade, António Costa assegura que "o maior ganho civilizacional que vai ficar é a compreensão do cidadão comum na importância do investimento e na ciência".
"O investimento na produção do conhecimento. Investir significa começar a apostar na inovação para termos investigadores que possam fazer ciência", explicou.
António Costa seguiu depois para São Bento, onde durante a tarde vai continuar as audiências com PSD e PS, porque "amanhã é dia de falar, e hoje ainda é dia de ouvir", como referiu aos jornalistas à saída da cerimónia.
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