"Deceção total." Reunião entre Governo e sindicatos dos médicos termina sem acordo
Sindicatos consideram que a proposta apresentada pelo Governo é "pontual e ineficaz", garantindo que irão apresentar uma contraproposta.
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A reunião entre a ministra da Saúde e os sindicatos dos médicos terminou sem qualquer acordo sobre a atualização salarial para clínicos em serviço de urgência. O Sindicato Independente dos Médicos e a Federação Nacional dos Médicos falam em "deceção total" perante a proposta apresentada pelo governo.
"Não chegámos a nenhum consenso. O que temos aqui é uma proposta que se centra de forma muito estreitada nas horas de urgência, mais ainda, não é em todas as horas de urgência, são só aquelas em horas extraordinárias, para além daquilo que é definido legalmente e ainda por cima só num regime excecional e transitório com limite a três meses", lamentou Noel Carrilho da Federação Nacional dos Médicos, sublinhando que a proposta "é completamente inaceitável".
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"Saímos daqui sem nenhum tipo de solução e dececionados porque, após aquilo que foram as informações da ministra e do primeiro-ministro, reconhecendo um problema estrutural, apresentarem uma solução que é tudo menos estrutural, que é pontual e ineficaz, não podemos sair daqui com nenhum acordo nesse sentido", acrescentou.
Já Jorge Roque da Cunha, presidente do Sindicato Independente dos Médicos, diz que a proposta "empurra mais uma vez os médicos para a prestação de serviços", sublinhando mesmo a "decepção total". O sindicalista revelou ainda que ambos os sindicatos vão apresentar nos próximos dias uma contraproposta à ministra da Saúde.
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Governo deseja "acordo realista e exequível"
A secretária de Estado da Saúde, Maria de Fátima Fonseca, que esteve reunida com os sindicatos, não estranha que não tenha sido alcançado um acordo no imediato, aguardando a contraproposta dos médicos.
Aos jornalistas, a governante garante total abertura para a valorização "de todos o pessoal" do Serviço Nacional de Saúde, referindo ainda que o objetivo é alcançar um acordo "realista e exequível".