Declarações "injustas". Missão Escola Pública defende que ministro deve pedido de desculpa a alunos carenciados

Foto: Rita Chantre/Global Imagens (arquivo)
O movimento Missão Escola Pública reitera que o ministro da Educação deveria "ter dito que não se tinha conseguido exprimir corretamente e não pôr o ónus na comunicação social e na forma como foi interpretado". Cristina Mota, porta-voz do movimento, espera um pedido de desculpa, mas afasta cenário de demissão do governante
O movimento Missão Escola Pública considera insuficientes as explicações do ministro da Educação e defende que Fernando Alexandre deve um pedido de desculpa aos estudantes.
O ministro da Educação é acusado de relacionar o mau estado das residências universitárias com o facto de serem utilizadas, sobretudo, por alunos mais carenciados. No entanto, Fernando Alexandre garante que as declarações foram descontextualizadas.
Em declarações à TSF, Cristina Mota, porta-voz do movimento Missão Escola Pública, contraria o governante. "Fomos ouvir para garantir que o que estava a ser anunciado tinha sido o que o ministro, efetivamente, tinha dito e concluímos que sim, portanto, foi uma análise correta da parte da comunicação social", começa por explicar Cristina Mota, que acrescenta que as declarações foram "injustas, estigmatizantes e desprovidas de qualquer fundamento".
A porta-voz do movimento Missão Escola Pública considera que o ministro da Educação não foi mal interpretado. As posteriores declarações do ministro "foram uma forma de tentar desculpabilizar-se", afirma Cristina Mota. "O que ele poderia ter dito era que não se tinha conseguido exprimir corretamente, não pôr o ónus na comunicação social e na forma como foi interpretado", completa.
Cristina Mota espera do ministro um pedido de desculpa, mas exclui qualquer cenário de demissão. "Neste momento um afastamento do ministro da Educação seria trazer mais um problema para se resolver na escola pública. As negociações, no que diz respeito à revisão do Estatuto da Carreira do Docente, já estão a tardar, portanto, têm de iniciar o quanto antes para conseguirmos reverter esta situação da falta de professores e entendemos que a demissão seria, neste momento, trazer mais um problema. Pedimos que ele venha a público fazer um pedido de desculpa aos alunos mais carenciados cujo discurso visou e que adote uma postura compatível com o cargo e com a responsabilidade que tem", reforça.