Associação assinala que os preços dos bens "dificilmente" voltarão a ser os mesmos que "tínhamos antes de 2022".
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Apesar do abrandamento da inflação, a Defesa do Consumidor (Deco) aconselha as famílias a manterem uma gestão "muito apertada" dos seus orçamentos e avisa que "dificilmente" os valores praticados voltarão aos de "antes de 2022".
Em declarações à TSF, a coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da associação, Natália Nunes, assinala que os preços continuam a subir, mesmo com o recuo da inflação para 4,0% em maio, menos 1,7 pontos percentuais do que em abril.
"É verdade para os preços e é verdade, por exemplo, também, para o aumento da prestação do crédito à habitação, dificilmente iremos ter os valores que tínhamos antes de 2022", assinala a especialista, que pede aos consumidores e famílias que estejam "cientes sempre disso".
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Para combater estes aumentos, a Deco aconselha os consumidores a manterem um controlo apertado sobre as suas despesas, uma atitude que já "têm tido até este momento" e que a associação regista "com agrado".
Os portugueses, explica, têm vindo a fazer "uma gestão muito apertada do seu dinheiro, fazendo comparação de preços, fazendo negociação, e tentando reagir a dificuldades que anteveem".
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Esta antecipação às dificuldades económicas "tem tido aspetos positivos para as famílias", que conseguem assim prevenir "a rotura dos seus orçamentos familiares".
"Agora, têm de estar conscientes de que, apesar de haver aqui uma desaceleração da inflação, a verdade é que têm de continuar a manter o comportamento que têm mantido até agora, de grande controle dos seus gastos e do seu dinheiro", alerta.
Sobre o abrandamento da inflação, Natália Nunes aponta "a descida dos preços da energia, mas também a diminuição dos preços dos alimentos, em especial de alguns produtos com 0% de IVA", como fatores contributivos, mas que não devem fazer esquecer que os preços elevados "continuam a ter um impacto muito negativo nos orçamentos das famílias com menores recursos e que não veem os seus rendimentos aumentar na proporção do valor da inflação".