"Pressão de preços muito grande." Consumo de roupa, calçado, brinquedos e eletrónica está a baixar
Consumo privado desceu, mas ainda não há quebras "preocupantes" no retalho ambiental.
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O presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) garante que os resultados da economia portuguesa e das contas públicas não chegam à vida das pessoas. Ouvido no Fórum TSF esta quinta-feira, Gonçalo Lobo Xavier nota uma descida evidente no consumo.
"Ao dia de hoje, 1 de junho, os dados que nós temos na vida real, sobretudo último mês e meio, são dados que não batem certo com os dados macroeconómicos."
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"Continuamos ainda numa numa pressão de preços muito grande e isto tem reflexo no consumo", aponta Gonçalo Lobo Xavier. "Ainda não estamos a sentir níveis preocupantes de baixa de consumo no retalho alimentar, mas nota-se, já no final de abril e no mês de maio, uma quebra do consumo privado das famílias, ainda não para valores preocupantes, mas que compara com o que aconteceu em 2022."
"No caso específico do retalho especializado em áreas tão diversas como o têxtil, como o calçado, como a moda, como os brinquedos, como a eletrónica, há de facto uma preocupação dos nossos retalhistas que os dizem que o consumo está a baixar."
O presidente da APED detalha ainda que o IVA Zero não conduziu a um aumento dos produtos abrangidos pelo cabaz.
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"Não houve, digamos assim, um aumento, um açambarcamento por parte das famílias portuguesas relativamente aos produtos que que foram que foram beneficiados com o IVA Zero. Não houve oscilações significativas no comportamento dos consumidores", nota.
Isso não quer dizer que não se trata de uma medida importante, defende Gonçalo Lobo Xavier. "Ficamos sempre estupefactos quando há pessoas que colocam em causa esta medida do ponto de vista das famílias", condena.
Segundo dados recentes da ASAE o preço do cabaz com desceu 7,2%, "o que quer dizer que o retalho alimentar está a cumprir com o que lhe foi pedido, que foi literalmente descer os preços na medida da descida do IVA, considera Gonçalo Lobo Xavier, justificando que "há produtos que desceram de preço e outros que não aumentaram, o que não aumentaram tanto".