As despesas da Defesa Nacional relacionadas com a pandemia já ascendem a 30 milhões de euros. Ministro da Defesa nota que a verba sai de exercícios não realizados, para desconfiança do PSD.
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Nem o ano terminou, nem a pandemia abrandou, e a Defesa Nacional já gastou 30 milhões de euros no combate à Covid-19. O número é avançado pelo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, na audição no parlamento no âmbito da fase de especialidade do Orçamento do Estado.
"Houve um conjunto de despesas que não estavam previstas inicialmente no Orçamento de 2020, como é natural, houve também muitas despesas que não foram realizadas pela mesma razão. Estamos para cima de 30 milhões em matéria de compromissos assumidos, inopinados, com a pandemia", informou Gomes Cravinho.
Lembra o ministro da Defesa que "estamos ainda no decorrer do exercício" e que, por isso, "haverá seguramente mais despesa".
O PSD, que colocou a questão em cima da mesa, quis saber mais, com a deputada Ana Miguel dos Santos a insistir na pergunta sobre "que missões das Forças Armadas serão comprometidas para cobrir este acréscimo de custos com a pandemia".
Por falta de tempo para responder, Gomes Cravinho é telegráfico: "Exercícios não realizados por força da pandemia".
A resposta não convence a oposição, com Ana Miguel dos Santos a "querer desmistificar" a resposta do governante. "Segundo informação que tivemos, foram apenas dois exercícios e cujo valor ascenderá a 150 mil euros euros", concluiu Ana Miguel dos Santos.
Auditoria à derrapagem nas obras em Lisboa ainda desconhecida
Um dos gastos mais polémicos da Defesa no combate à pandemia é o da derrapagem das verbas no antigo Hospital Militar de Belém. O próprio ministro anunciou há cerca de um mês que estava em curso uma auditoria urgente para perceber a derrapagem nos custos de 750 mil euros para 2,6 milhões.
No entanto, para esse tema, ainda não há qualquer resposta. Ao longo do último mês, a TSF já questionou por duas vezes o gabinete de Gomes Cravinho e, para já, a resposta é de que ainda não há novidades sobre o resultado da auditoria, que está nas mãos da Inspeção-Geral da Defesa Nacional.