A Cofina afirma que "implementou as medidas necessárias para ir ao encontro da posição da Media Capital".
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A Media Capital não vai estar presente na assembleia-geral da Cofina do próximo dia 26, considerando que a proposta que apresentou para a aquisição da dona do Correio da Manhã "deixou de ter validade", segundo um comunicado.
O Conselho de Administração da Cofina recomendou a venda da Cofina Media ao grupo de quadros da empresa (MBO), que inclui Cristiano Ronaldo, sendo que a decisão final será tomada em assembleia-geral (AG) extraordinária, marcada para 26 de outubro.
Na nota esta sexta-feira publicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Cofina recordou que, no dia 22 de setembro anunciou que tinha selecionado, "em segundo lugar, a proposta revista final ('Best and Final Offer') apresentada pela Media Capital e propôs que a potencial alienação das ações da Cofina Media à Media Capital fosse sujeita a discussão e votação dos acionistas da Cofina SGPS, em sede de Assembleia Geral".
"Na sequência do convite dirigido à Media Capital para estar disponível para assinatura do contrato de compra e venda das ações da Cofina Media, conforme minuta incluída na BAFO da Media Capital, em caso de não aprovação, em sede de assembleia-geral de acionistas da Cofina SGPS, da proposta revista final apresentada pelo MBO", a Media Capital remeteu uma carta à Cofina.
Na missiva, a dona da TVI comunicou que, "tendo em conta que a sociedade selecionou e aceitou a BAFO do MBO, tendo já sido, inclusivamente, celebrado o contrato de compra e venda de ações incluído na BAFO do MBO e cuja conclusão da transação está igualmente condicionada aprovação em assembleia-geral, considera que a BAFO da Media Capital deixou de ter validade".
Além disso, a Media Capital considera "não ter cabimento a apreciação e votação pela assembleia-geral da sociedade da BAFO da Media Capital" e que "a BAFO da Media Capital não deve ser disponibilizada para consulta" pelos acionistas da sociedade, devendo "continuar a ser tratada de forma reservada".
A Cofina disse depois que "implementou as medidas necessárias para ir ao encontro da posição da Media Capital".
Fazem parte da proposta do MBO a equipa de gestão da Cofina Media, quadros da empresa e um conjunto de investidores, entre os quais Luís Santana, Ana Dias, Octávio Ribeiro, Isabel Rodrigues, Carlos Rodrigues, Luís Ferreira, Carlos Cruz, Cristiano Ronaldo, Domingos Vieira de Matos, Paulo Fernandes e João Borges de Oliveira, através da sociedade veículo Expressão Livre SGPS.
Em 15 de setembro, o MBO e a Media Capital, dona da TVI, apresentaram as suas propostas revistas finais, tendo o primeiro apresentado por referência um 'equity value' (o valor) da Cofina Media de 56,7 milhões de euros.
A Media Capital apresentou um 'equity value' de 54,4 milhões de euros, "o equivalente ao preço de qualquer proposta concorrente recebida pela Cofina, até às 16h30 do dia 15 de setembro de 2023, acrescido de 5%" até ao limite de 56 milhões de euros.