Derradeiro esforço. Ministra da Saúde convida sindicatos dos enfermeiros para reunião
Marta Temido acredita que inaugurou uma "nova forma de estar na política" e estende a mão aos enfermeiros para um encontro na sexta-feira. Num debate que esta tarde juntou a atual e o antigo ministro da Saúde, a surpresa foi a declaração de Adalberto Campos Fernandes: afinal, sempre falta investimento no setor.
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Debaixo de fogo com greves que prometem não acabar tão cedo, a ministra da Saúde, Marta Temido, espera que nos próximos dias o diálogo entre o Governo e os enfermeiros leve a uma desconvocação da greve cirúrgica por parte dos sindicatos.
Com esse objetivo bem delineado, o Ministério da Saúde convidou as estruturas sindicais dos enfermeiros para uma reunião conjunta que irá decorrer esta sexta-feira. A ministra mostra-se otimista em relação ao fim das greves que têm paralisado os blocos operatórios do país.
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No final do debate sobre a Lei de Bases da Saúde, promovido pelo Partido Socialista na sua sede nacional em Lisboa, a ministra foi ainda questionada sobre o pedido de desculpas que fez aos enfermeiros após ter dito, em entrevista à TSF, que negociar com os grevistas é privilegiar os criminosos.
Segundo a ministra da Saúde, admitir os erros e pedir desculpa "não é vergonha nenhuma", sendo até uma "nova forma de estar na politica".
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Mas durante o debate, o ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que deixou o Governo em outubro e que chegou a defender as cativações do gabinete de Mário Centeno (quem não se lembra da célebre frase num debate parlamentar "Somos todos Centeno"?) sublinhou, desta vez, a falta de investimento no setor e a necessidade de uma nova Lei de Bases da Saúde.
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Depois de ouvir as declarações do seu antecessor sobre a falta de investimento no setor, Marta Temido afirmou respeitar as opiniões de Adalberto Campos Fernandes, mas defendeu que mais importante do que o financiamento é a eficácia.
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Mas até todas as negociações estarem concluídas e os desejos dos enfermeiros atendidos, as greves nos blocos operatórios prometem continuar, pelo menos até ao final do ano.