O primeiro-ministro recorda os oito anos como autarca para assumir que este não será um processo fácil. Será preciso "persistência, paciência, compreensão e espírito de diálogo".
Corpo do artigo
António Costa defende que a "revolução estrutural" da educação tem de passar pela descentralização.
"Eu sei que é difícil, fui durante oito anos presidente de câmara e não me esqueci do que aprendi como presidente de câmara. Mas este é um passo que é fundamental dar porque completa este tripé da autonomia - flexibilização - descentralização", aponta.
"No princípio flexibilização também não foi fácil. E agora é quase como um adquirido. A descentralização não é fácil, mas vai ser também um adquirido."
Em declarações na cerimónia de abertura do ano letivo 2022/2023 na escola Secundária Gabriel Pereira, em Évora, o primeiro-ministro lembra que é preciso "persistência, paciência, compreensão e sobretudo espírito de diálogo" para alcançar este objetivo.
A pandemia foi um travão, mas sejam quais forem as "novas inquietações" do futuro, o certo é que a descentralização é incontornável. "Temos de continuar a avançar, porque a escola tem de se enriquecer nesta diversidade".
António Costa destacou ainda como "a maior mudança estrutural" na área da educação, desde que chefia o Governo, a redução do abandono escolar precoce de "12% para quase 5%".
Considerando que a redução do abandono escolar precoce deve-se a "vários fatores", o primeiro-ministro apontou que um deles foi "haver cada vez maior consciência social de que para cada um se fazer a si próprio é fundamental investir na educação".
Também "resultou, com certeza, de as famílias terem melhores condições de vida, mas resultou de uma outra coisa fundamental, que é a escola ter-se transformado e ser cada vez mais atrativa e mais diversa".
Com esta transformação, sublinhou Costa, foi possível à escola "conseguir ser motivadora para cada vez [mais haver] uma maior diversidade de jovens e crianças relativamente ao seu percurso".
"Não gostamos todos do mesmo e, por isso, a escola tem que ter esta capacidade de motivar e mobilizar todos, porque todos têm que ter acesso à educação e a sociedade precisa que todos tenham o melhor nível de educação possível."