"Desespero." Profissionais de carrosséis e diversões manifestam-se acorrentados
Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados revela que centenas de profissionais do setor já faliram e que não há respostas por parte das entidades responsáveis.
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Os empresários dos carrosséis e das diversões voltam, esta terça-feira, a manifestar-se exigindo respostas do Governo e da Direção-geral da Saúde por considerarem que estão a ser discriminados. Os protestos vão durar três dias e os manifestantes vão estar acorrentados numa extensão de mais de 500 metros, ligando a sede da DGS, na Alameda Afonso Henriques, e o Ministério da Segurança Social, na praça de Londres.
O presidente da Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados, Luís Paulo Fernandes, fala em "desespero" do setor e insiste num pedido de resposta por parte da DGS, apelando à necessidade do regresso ao trabalho, por uma "questão de respeito e princípios de igualdade de oportunidades nas atividades".
Os trabalhadores da área não aceitam que não se possam trabalhar em praias e parques "sem grandes aglomerações de pessoas", já que todas as festas e romarias estão canceladas até setembro.
O responsável assegura que o setor tem reunidas todas as condições de segurança para voltar ao trabalho, com uma "animação reduzida, com lotação controlada", onde haja acesso às diversões com filas em que as pessoas estão separadas pelos dois metros de segurança. Luís Paulo Fernandes acrescenta ainda que mesmo nos divertimentos para crianças é possível cumprir as regras.
O presidente da associação considera que os profissionais dos espetáculos são contribuintes "exemplares" que estão a ser "gozados" e exige a suspensão do pagamento das prestações à segurança social.
"Ninguém tinha dividas. Para trabalhar de festa em festa e de câmara em câmara não podemos ter dividas, somos um exemplo de contribuição e não aceitamos o que nos estão a fazer", afirma, frisando que ainda não têm uma resposta por parte do Ministério das Finanças, por escrito.
O setor pretende que haja uma suspensão dos impostos até que a situação se resolve, porque centenas de pessoas continuam a ter despesas. "O lay-off não nos chega para nada, é uma simples ajuda. Não estamos isentos de prestações sociais", realça.
A Associação dos Profissionais Itinerantes garante que a situação do setor é muito grave, com famílias a passar fome. Luís Paulo Fernandes adianta mesmo que já faliram mais de mil empresas e que continua "tudo parado".
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