Detetados dois reclusos infetados com Covid-19. Visitas às prisões arrancam em junho
Casos foram detetados ainda antes dos reclusos voltarem a receber visitas de familiares.
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Dois reclusos, um que estava detido no estabelecimento prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, e outro no estabelecimento prisional de Pinheiro da Cruz, em Grândola, foram levados para o hospital prisional depois de testarem positivo à Covid-19
A Direção-Geral dos Serviços Prisionais confirmou à TSF as infeções dos dois reclusos. Todas as pessoas com quem estes estiveram em contacto estarão agora em isolamento.
A informação foi avançada pela Antena 1, que adianta que as infeções terão ocorrida no seguimento de saídas precárias.
Os reclusos e os jovens internados em centros educativos deverão recomeçar a receber as visitas de familiares durante o mês de junho.
Guardas preocupados com segurança nas prisões
Os guardas prisionais encaram com bons olhos o regresso das visitas, contudo mostram-se apreensivos quanto à segurança de todo o processo.
Em declarações à TSF, Jorge Alves, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, queixa-se de que os guardas não estão a ser avisados atempadamente das medidas de segurança a aplicar e que terão de se adaptar às mesmas na hora.
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Jorge Alves mostra-se particularmente preocupado com a situação das revistas aos familiares dos reclusos, à entrada do estabelecimentos prisionais. Os guardas não conseguem conceber revistar pessoas mantendo o distanciamento social e têm receio pela sua saúde e pela das suas famílias.
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O sindicato dos guardas prisionais mostra-se preocupado com a proteção dos profissionais quando forem retomadas as visitas dos familiares aos presos, suspensas devido à pandemia, e pediu esclarecimentos sobre os moldes como se vão realizar, numa carta aberta enviada ao primeiro-ministro.
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O ministério refere que o regresso de visitantes aos estabelecimentos prisionais e aos centros educativos depende do cumprimento integral das orientações da saúde pública "no sentido de se continuar, como foi conseguido até ao momento, a proteger a população reclusa e os jovens internados em centros educativos do contágio" pelo novo coronavírus.
As visitas aos detidos estão proibidas desde março, sendo permitida a realização de três chamadas telefónicas diárias com a duração de cinco minutos cada.
O Governo aprovou a 11 de abril o regime excecional de libertação de presos que permitiu libertar 1.918 reclusos, segundo os últimos dados da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
Portugal regista 1.231 mortes relacionadas com a Covid-19, mais 13 do que no domingo, e 29.209 infetados, mais 173, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde.
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Notícia atualizada às 12h02