Detidas duas funcionárias do Ministério da Saúde pela inscrição fraudulenta de milhares de imigrantes no SNS

Urgências, saúde
Mário Vasa
Em causa estão crimes de corrupção passiva, associação de auxílio à imigração ilegal e falsidade informática
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A Polícia Judiciária (PJ) revela, esta quarta-feira, que foram detidas duas mulheres, funcionárias administrativas numa Unidade de Saúde Familiar, responsáveis pela inscrição fraudulenta de milhares de imigrantes no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em comunicado, a PJ explica que estas mulheres recebiam contrapartidas financeiras neste esquema em que atribuíam de forma indevida números de utentes a milhares de estrangeiros que não estão em situação legal no país e que por isso não tinham direito a assistência médica no SNS.
"Importa referir que a obtenção do Número Nacional de Utente (NNU) representa a consolidação do processo de legalização em território nacional e a garantia de assistência médica através do SNS", lê-se na nota.
As duas funcionárias do Ministério da Saúde respondem agora pelos crimes de corrupção passiva, associação de auxílio à imigração ilegal e falsidade informática.
Vão agora ser ouvidas no Tribunal Central de Instrução Criminal para aplicação de medidas de coação. Este é um processo que está no DIAP Regional de Coimbra.
Esta ação insere-se no âmbito da Operação "Gambérria", contra a imigração ilegal, na qual foram já detidas 16 pessoas e constituídas arguidas outras 26, entre as quais sete empresários, uma advogada e uma funcionária da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
