Quase metade da população elegível já tomou a vacina da gripe, mas são menos os que querem tomar a da Covid-19.
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A pouco mais de um mês depois de ter começado o período de vacinação para os vírus da Gripe e Covid-19, a Direção Geral da Saúde está otimista com a afluência dos portugueses. Desde o dia 29 de setembro de 2023, e durante as primeiras cinco semanas desta campanha de vacinação, já foram administradas 2,569 milhões de vacinas (Covid + Gripe), 1.840.104 em farmácias comunitárias e 729.004 nas instituições do SNS.
Assim, nos primeiros 35 dias desta campanha de vacinação, em termos de vacinas Covid, foram administradas 1.135.527 doses e no que concerne às vacinas da gripe foram administradas 1.433.581 doses, o que representa mais 30% do que no mesmo período do ano passado. O subdiretor-geral da Saúde considera que nesta altura já "são números muito positivos". A cobertura vacinal para a população com mais de 80 anos já ronda os cerca de 40%.
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No total, a população com idade acima dos 60 anos elegível para vacinação ronda os dois milhões de portugueses.
Constatando que são menos as pessoas que se disponibilizam a vacinar contra a Covid-19, André Peralta Santos apela a que a população adira porque, garante, a dose de reforço da atual vacina é eficaz contra o vírus em circulação. "A variante que temos em circulação é a XBB e não temos conhecimento de que ela seja mais agressiva do que outras que já tenham estado em circulação", afirma. "A boa notícia é que temos uma vacina que é eficaz e está muito adaptada a esta variante", assegura Peralta Santos.
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A DGS, o Instituto Nacional Ricardo Jorge e outros organismos internacionais mantêm toda a estrutura de vigilância para perceber se o vírus ganha alguma mutação, mas, " de momento, não é o caso". Peralta Santos assinala também que, por enquanto, o vírus da Covid-19 ainda não apresenta grande circulação entre a comunidade, mas a situação pode alterar-se com a chegada do tempo mais frio. "É possível que nos meses de inverno venhamos a ter um aumento da incidência de Covid-19", admite. Noutros países europeus, essa situação já está a acontecer, e verifica-se já uma maior transmissão sobretudo nos grupos de idosos, com maior número de internamentos. "Temos que nos manter atentos e perceber que a melhor forma de nos protegermos é a vacinação", assegura.
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A presidente da Associação Nacional de Farmácias também constata que nas farmácias há mais gente a vacinar-se contra o vírus da gripe do que contra a Covid-19. Ema Paulino ensaia uma explicação: "Há critérios de elegibilidade e as pessoas podem ter tido a infeção há menos de três meses, ou ter feito a dose de reforço" também há pouco tempo. Ao invés, "as pessoas sabem que nesta altura do ano é altura de se vacinarem contra a gripe".
De acordo com Ema Paulino, em todo o território nacional a maior parte das farmácias aderiram ao projeto. São mais de 2700 em 2920 farmácias existentes.
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É a elas, mais do que aos centros de saúde, que a a população está a acorrer para se vacinar. "Mais de 75% das vacinas foram administradas nas farmácias e isso decorre da relação de proximidade e de confiança que se estabeleceu ao longo dos anos" com os utentes.
Tanto a Direção-Geral da Saúde, como a Associação Nacional de Farmácias deixam o apelo para que as pessoas se vacinem quanto antes para ganharem imunidade, e não esperem pelo pico da gripe ou Covid, que geralmente chega apenas em janeiro ou fevereiro.
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