"Diabo está nos detalhes." Médicos preparam contraproposta para apresentar ao Governo
À TSF, Jorge Roque da Cunha adianta que, juntamente com os colegas da Federação dos Médicos, está a ser trabalhada uma contraproposta ao que foi apresentado.
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O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, manifestou-se este domingo preocupado com a proposta apresentada pelo Governo, considerando que "o diabo está nos detalhes".
"Não vou entrar em detalhe naquilo que foi a proposta do Governo (...), mas ao aceitar esses princípios mostrou de facto abertura na última reunião, só que depois o diabo está nos detalhes", começa por dizer, em declarações à TSF, Jorge Roque da Cunha, antes do regresso à mesa das negociações.
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O Ministério da Saúde propôs este domingo a redução do horário de trabalho dos médicos e do número de horas de atividade no serviço de urgência, desde que tal não prejudique o acesso a cuidados de saúde.
No entanto, para Roque da Cunha, na prática, essa intenção não é consubstanciada na proposta" e, por isso, adianta que, juntamente com os colegas da Federação dos Médicos, está a ser trabalhada uma contraproposta ao que foi apresentado.
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"Esperamos de forma muito tranquila e com uma vontade imensa de acreditar que é possível chegar a um acordo aceitável pelos médicos", acrescenta.
"O articulado daquilo que nos foi apresentado vai muito longe do que foi afirmado no comunicado do Governo", reitera.
Os sindicatos e o Ministério da Saúde reúnem-se este domingo às 16h00.
As negociações entre o Ministério da Saúde e o SIM e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) iniciaram-se em 2022, mas a falta de acordo tem agudizado a luta dos médicos, com greves e declarações de escusa ao trabalho extraordinário além das 150 horas anuais obrigatórias, o que tem provocado constrangimentos e fecho de serviços de urgência em hospitais de todo o país.
Esta situação levou o diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo, a avisar que se os médicos não chegarem a acordo com o Governo, novembro poderá ser o pior mês em 44 anos de SNS.