Lamentando não ter conhecimento pelo próprio juiz, que preside ao julgamento do BPN, que reclama um novo computador portátil, a direção-geral da Administração da Justiça promete tentar resolver o problema.
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O juiz Luís Ribeiro, que preside ao julgamento do processo BPN, reclama que lhe seja entregue um novo computador portátil, alegando que o que tem está velho e não chega para as "encomendas" do processo.
Contactado pela TSF, o juiz conselheiro Pedro Lima Gonçalves, presidente da direção-geral de Administração da Justiça, promete que tentará dar solução a um caso de que até agora não tinha conhecimento.
«Procuramos sempre encontrar soluções quando somos abordados. Era preferível muitas vezes que a comunicação fosse feita à direção-geral em vez de ser por via dos meios de comunicação social. Sabemos que o país tem dificuldades, nós temos dificuldades em resolver alguns problemas mas todos os juízes e todos os tribunais sabem que nós estamos sempre abertos para procurar uma solução», explicou.
Sobre este caso, a TSF ouviu também o presidente da Associação Sindical dos Juízes, Mouraz Lopes, diz que não fica surpreendido porque o universo judicial tem um claro défice no que toca a material informático, ainda que não estivesse a par desta situação em particular.
«Não conheço o caso em concreto, o que posso dizer em relação a estas situações é que efetivamente há muitos equipamentos obsoletos. Nós temos alguns défices em muitos tribunais de situações informáticas, isso tem sido visível sobretudo com a fraca capacidade do sistema para resolver problemas. Portanto não me surpreende muito», revelou.
Mouraz Lopes diz também que sem um reforço do sistema informático de pouco adiantam outras reformas no universo da Justiça.
«Nós não podemos estar a falar na modificação do mapa judiciário pelo país todo, alterando numeração de processos, alterando distribuição geográfica de processos, sem termos um sistema informático poderoso que suporte essa alteração. Portanto, julgo que é altura para se começar a pensar na disponibilidade financeira para se adquirir isso e para se tratar de implementar esse processo informático simultaneamente com o processo legislativo», alertou Mouraz Lopes.
Na reposta à avaliação da Associação Sindical dos Juízes, o responsável pela direção-geral da Administração da Justiça admite que há falhas no serviço informático e noutros.
«Muito equipamento informático dos tribunais e outro tipo precisam de ser substituídos, não podemos dizer que todo o equipamento é um bom equipamento. E perante as dificuldades que atravessamos vamos sempre substituindo, não na totalidade daquilo que gostaria mas conforme as nossas possibilidades», admitiu.
«Deficiências», diz o juiz conselheiro Pedro Lima Gonçalves que a direção-geral tentará resolver na medida do possível.