Diretor da Universidade de Verão do PSD diz que iniciativa não é espaço "de doutrinação"
A ideia, desde o início, foi ajudar a formar quadros partidários e a suscitar o interesse para a participação política.
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A Universidade de Verão da Juventude Social-Democrata abre esta segunda-feira em Castelo de Vide para a 19.ª edição. À TSF, o diretor, Carlos Coelho, afirma que a iniciativa não é um espaço de doutrinação.
A ideia, desde o início, foi ajudar a formar quadros partidários e a suscitar o interesse para a participação, mas o eurodeputado Carlos Coelho dirige a iniciativa desde sempre e sublinha que a ideia sempre foi ajudar a pensar.
"Fazemos sempre questão de ter convidados de outros partidos, quer à esquerda quer à direita, porque achamos que este momento não é de doutrinação, não temos aqui cem jovens para lhes dar uma cartilha de como é um jovem social-democrata. Queremos ajudá-los a pensar e, para isso, temos de os confrontar com opiniões diferentes e felizmente, desde a sua fundação, a Universidade de Verão não tem tido negativas, ou seja, as personalidades que temos convidado têm aceitado o nosso desafio. Talvez o nosso maior expoente disso tenha sido a presença do doutor Mário Soares, que veio à Universidade de Verão, mas foram muitos os presidentes socialistas e democratas cristãos que nos ajudaram a pensar diferente e que ajudam a formar os jovens que passam pela Universidade de Verão", explicou Carlos Coelho.
Este ano entre os convidados estão Paulo Portas e Cecília Meireles, do CDS, e Álvaro Beleza, médico socialista que também é presidente da SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, mas a grande estrela desta edição é Durão Barroso, que era líder do PSD quando a Universidade de Verão foi criada. E o moto de melhorar a qualidade dos quadros mantém-se.
"De registar que há duas décadas, há 20 anos, que tem havido uma aposta constante na formação de novos quadros. Quando muitas vezes e com razão se critica a impreparação ou a falta de rigor da intervenção política, é muito saudável que cem jovens estejam dispostos a abdicar de uma semana de férias para se dedicarem a melhorar a sua formação e a sua informação cívica e política. Temos feito isto nos últimos 20 anos. Já são mais de dois mil os jovens que passaram pela Universidade de Verão Francisco Sá Carneiro. Não interessa muito qual é a génese, o que interessa é que consigamos semear a vontade de participação e que os jovens resistam a ficar em casa e queiram ajudar a mudar o mundo", acrescentou à TSF o diretor da Universidade de Verão do PSD.
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Logo à noite, o líder do PSD Madeira, Miguel Albuquerque, faz a primeira intervenção de fundo na edição deste ano. Os trabalhos encerram domingo, com a tradicional intervenção do líder do PSD, Luís Montenegro.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, poderá voltar a participar na iniciativa de formação de jovens quadros, mas a organização mantém a dúvida sobre esta presença e em que moldes pode acontecer.
No ano passado, o chefe de Estado respondeu à distância, por vídeo, a 30 perguntas de 30 participantes, e em 2018 fez o mesmo, mas por escrito. Também por escrito responderão ao longo da semana aos alunos, através do jornal interno da Universidade de Verão, personalidades como o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, ou o bispo auxiliar de Lisboa que presidiu à Jornada Mundial da Juventude 2023, Américo Aguiar.
Nesta 19.ª edição participam cem jovens, escolhidos entre 350 candidatos. De acordo com o diretor da universidade, os participantes foram escolhidos tendo em conta um "equilíbrio etário, entre os 18 de os 30 anos, de género, entre homens e mulheres, e de localização geográfica, para cobrir todo o país".
Carlos Coelho indicou que a média de idades ronda os 21 anos e são esperados 65 rapazes e 35 raparigas. De acordo com o site da UV, no total das 20 edições passaram por esta iniciativa 200 oradores e dois mil alunos, que tiveram cerca de 500 aulas.